Grampeados, presidente Michel Temer e senador Aécio Neves estão na berlinda

Amália Goulart
amaliagoulart@hojeemdia.com.br
18/05/2017 às 21:17.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:37

 O presidente Michel Temer (PMDB) resistiu. O senador Aécio Neves (PSDB) está na berlinda. A irmã dele, Andréa Neves, foi parar na penitenciária feminina Estevão Pinto. Personagens centrais da trama que derrubou a Bolsa de Valores, paralisou as reformas da Previdência e trabalhista, todos eles foram do céu ao inferno em poucos meses.

O desfecho da história ainda não está escrito, mas atola de vez o país em uma grave crise política e econômica. A Bolsa fechou com queda de 8,79% e o futuro do país é incerto.

Aécio Neves foi o primeiro senador mineiro a ser afastado cargo. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a prisão dele. O ministro relator do caso, Edson Fachin, negou. Mas o procurador pode recorrer e ter o recurso analisado pelo plenário do Supremo Tribunal Federal.

Aécio e Temer foram grampeados pelo empresário Joesley Batista dono da JBS. Por isso, foram alvo de mandados judiciais ontem. Além deles, o senador Zezé Perrella (PMDB) e o assessor dele, Mendherson Souza Lima, tiveram a casa vasculhada.

A irmã de Aécio, Andréa Neves, foi presa. Tida como principal articuladora política do irmão, ela é acusada de pedir dinheiro aos donos da JBS. Já o senador, foi grampeado ao solicitar R$ 2 milhões.

Aécio saiu das urnas, em 2014, com 51 milhões de votos e era um dos nomes do PSDB para a sucessão de Temer. Já o presidente, anunciou que fica no cargo, mesmo com a pressão de aliados. Ainda ontem, um ministro pediu demissão, outros dois ameaçam abandonar o governo. PSDB, PPS e PSB avaliam a possibilidade de deixar a base. “Meu governo viveu, nesta semana, seu melhor e pior momento”, disse Temer ao informar, de forma enfática, que não irá renunciar.

No início da semana, o IBGE divulgou o saldo positivo no indicador que mede a criação de empregos. Foram 59 mil novos postos em abril. A previsão da inflação também convergia para a meta, ao fim do ano, em 4,5% conforme o Banco Central. Boas notícias que puxavam outros setores.

A perspectiva de aprovar as reformas era crescente no Congresso. Era o melhor momento a que Temer se referiu. Mas, na noite de anteontem, diálogos gravados pelo empresário e entregues ao Supremo Tribunal Federal incendiaram o Planalto.

Temer, em conversa com o empresário Joesley Batista, o incentivou a “ficar bem” com o deputado preso Eduardo Cunha (PMDB). No diálogo, Joesley, dono da holding J&F, diz que acertou tudo com Cunha. Também ouviu relatos para barrar a “Lava Jato” e antecipou ao empresário a redução da taxa de juros.

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