Greve geral para metrô e fecha estações do Move, mas ônibus circulam parcialmente

Malú Damázio
mdamazio@hojeemdia.com.br
28/04/2017 às 07:43.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:19

A greve geral começou nas primeiras horas desta sexta-feira (28) em todo o país. Em Belo Horizonte, os trabalhadores que saíram de casa se depararam com os portões do metrô fechados. Os ônibus estão rodando com frota reduzida, mas os pontos da capital estão vazios e algumas estações de Move, como Venda Nova, Pampulha, São Gabriel e Diamante estão completamente paralisadas, conforme a BHTrans. 

Na estação Vilarinho, em Venda Nova, que concentra metrô, ônibus, Move e Move Metropolitano, poucas pessoas transitavam pelas plataformas às 6h30. O pedreiro Sebastião Ribeiro, de 60 anos, ficou surpreso ao ver que alguns ônibus operam com funcionamento normal. "Achei que todos os rodoviários iam parar. Se não tem ônibus, ninguém trabalha e acho a greve uma boa porque o país precisa de melhorias", diz. Wesley Rodrigues

Ônibus parados na Estação Vilarinho, em Venda Nova

 Quem depende do metrô para ir para o trabalho nesta manhã não conseguiu chegar ao destino. Sem funcionários e com as grades fechadas, o transporte está completamente parado. O porteiro Márcio Lacerda, de 51 anos, conseguiu chegar até a estação Vilarinho utilizando o serviço Suplementar, mas, até as 7 horas ainda estava procurando uma alternativa para ir ao serviço. Wesley Rodrigues/Hoje em Dia


Na estação Venda Nova dezenas de pessoas aguardam atividade dos transportes do lado de fora do prédio. As portas da garagem estão trancadas por manifestantes e os ônibus estão com atividade suspensa desde meia noite, segundo funcionários do terminal. A Polícia Militar também está no local para fazer a segurança. Conforme a corporação, não houve tumulto e o protesto segue pacífico. 

A faxineira Maria José da Silva, de 56 anos, não conseguiu chegar ao trabalho e acredita que o movimento prejudica as parcelas mais pobres da população. "A gente precisa ir trabalhar, senão eles cortam o ponto. Já somos pobres e aí ainda temos que ficar aguardando ônibus que não vai sair. A gente fica com medo de perder o emprego", diz.

Transtorno

Em uma lanchonete na estação Vilarinho, o movimento pela manhã estava muito menor do que nos dias anteriores. A atendente Maria Helena de Souza, de 41 anos, conseguiu chegar ao trabalho, mas conta que, até o momento, não havia feito nenhuma venda. "Em dias normais, já teria vendido uns cem cafezinhos. Está super vazio, dá até medo de ficar sozinha aqui", conta.

Maria Helena apoia a greve porque acha que as reformas irão prejudicar as classes baixas e os trabalhadores. "Acho que tinha que parar tudo, mas tudo mesmo. É ruim isso, só consegui vir porque moro aqui perto, mas meus colegas de trabalho não puderam pegar os ônibus. Isso dificulta até a atividade", reforça.

Multa

A CBTU lamentou, por meio de nota, o descumprimento da liminar que exigia escala mínima no metrô de BH, com 80% dos trens circulando nos horários de pico, e frisou que o ato impõe multa de R$ 250 mil, a ser paga pelo Sindicato dos Metroviários (SINDIMETRO-MG). Por dia, o metrô realiza em média 275 viagens, atendendo cerca de 210 mil usuários.  

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