Ford lança no Brasil o fiesta 1.0 turbo por salgadíssimos R$ 72 mil

Marcelo Ramos
miramos@hojeemdia.com.br
02/07/2016 às 08:36.
Atualizado em 16/11/2021 às 04:08
 (Divulgação / Ford)

(Divulgação / Ford)

CAMPINAS (SP) – A Ford acaba de lançar no Brasil seu primeiro motor três cilindros 1.0 turbo, integrante da família EcoBoost e que passa a equipar o compacto Fiesta. Apesar de o motor já ter sido revelado há alguns anos na Europa, só agora a marca decidiu importar a unidade para o Brasil. Mas ao contrário da Volkswagen que, acertadamente, equipou o Up com seu motorzinho venenoso, a Ford crê que o certo seria instalar a unidade na versão mais sofisticada do hatch (Titanium Plus) e tabelá-lo em R$ 72 mil. Mais caro que a versão 1.6, que tem IPI de 11%, contra os 7% cobrados no 1.0.

A justificativa da Ford para um preço tão assustador é a sofisticação do motor. Feito na Romênia, a unidade conta com inúmeros recursos, como bomba de óleo de fluxo variável e correia lubrificada – que dispensa substituições e faz com que seu custo torne-se impraticável em versões menos qualificadas do que a Titanium.

A versão já foi aferida pelo Inmetro, que registrou consumo urbano de 11,9 km/l e rodoviário de 16,6 km/l. No entanto, vale lembrar que o Fiesta EcoBoost só pode ser abastecido com gasolina

O motor gera consideráveis 125 cv e 17,3 mkgf de torque. Comparado aos demais 1.0 turbo fornecidos pela VW e Hyundai, o motor Ford tem vantagem de 20 cv e melhor oferta de torque.

O propulsor oferece praticamente os mesmos números do motor Sigma 1.6 de 128 cv e 16 mkgf de torque. Mas o principal ganho do motor são os dados de eficiência. A versão já foi aferida pelo Inmetro, de acordo com as normas do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), que registrou consumo urbano de 11,9 km/l e rodoviário de 16,6 km/l, abastecido apenas com gasolina.

Completa o conjunto a caixa automatizada de dupla embreagem Powershift, que realmente coloca o carrinho em condição de refinamento ímpar, mas pouco competitivo.

Argumentos

E para tentar convencer o comprador de que ele não está levando para casa um “carro mil” a preço de hatch médio, a Ford encheu o Fiesta de equipamentos como chave presencial, botão de ignição, sete bolsas infláveis, sendo uma delas para os joelhos do motorista, controle de estabilidade (ESP) e outros ítens herdados do Focus.

A Ford tenta a todo custo não relacionar o hatch com as demais opções 1.0 turbo, mas a comparação é inegável e uma parcela dos potenciais clientes está mais interessada na performance do motor do que na real proposta – ser eficiente. Daí é praticamente impossível não compará-lo com os demais, mesmo em categorias tão distintas.

E se o Up não figura como concorrente direto, pois se posiciona no segmento de entrada da gama da VW (dois degraus abaixo do Fiesta), vale lembrar que os alemães de São José dos Pinhais (PR) estão em fase final de desenvolvimento do Golf 1.0 TSI, que se posicionará um degrau acima e deverá ter preço na casa dos R$ 80 mil. Por outro lado, o HB20 Turbo, que orbita um andar abaixo do Ford, tem preço inicial de R$ 47.500.

Mas se o consumidor busca um compacto qualificado, com motor turbo, e não se importa com o preço, a melhor escolha seria o Peugeot 208 GTI com seu excelente motor THP 1.6 de 170 cv, que custa só R$ 7 mil a mais. (*) Viajou a convite da montadora

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