Já começou a 84ª edição das 24 Horas de Le Mans

Marcelo Ramos
miramos@hojeemdia.com.br
17/06/2016 às 20:23.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:56
 (JEAN-FRANCOIS MONIER/AFP)

(JEAN-FRANCOIS MONIER/AFP)

Grande prêmio de Mônaco, 500 Milhas de Indianápolis, Mille Miglia, Rali de Monte Carlo, 12 Horas de Sebring e o Rali Dakar são algumas provas icônicas do automobilismo, mas poucas são tão cobiçadas e temidas como as 24 Horas de Le Mans, considerado palco definitivo do esporte a motor, onde 60 carros e 180 pilotos se engalfinham para se manter em primeiro lugar enquanto o planeta dá uma volta completa em torno de seu próprio eixo. A 84ª edição da corrida terá largada logo mais, às 10 horas, horário de Brasília. 

Na pole largará o Porsche 919, número 2, conduzido pelos pilotos Neel Jani (Suíça), Romain Dumas (França) e Marc Lieb (Alemanha). Mais uma vez, Porsche e Audi levarão dois carros e seis pilotos que irão protagonizar a batalha pela hegemonia no circuito rodoviário no departamento de Sarthe, na categoria máxima, a LMP1. 

A marca de Stuttgart detem a liderança de vitórias. São 17 troféus contra 13 do fabricante das quatro argolas. Correndo por fora a Toyota, também com dois carros, tenta melhorar seu desempenho na corrida. O melhor resultado da marca foi um segundo lugar em 1992. Ainda pela LMP1, os dois Rebellion R-One, da francesa Oreca e o CLM P1/01 da ByKolles Racing também lutam por pelo ponto mais alto do pódio.

Resistência e eficiência
As 24 Horas de Le Mans é uma das mais tradicionais e desgastantes provas do automobilismo. A corrida não é a única com duração de 24 horas. Na Alemanha, é disputada a dificílima “24 Horas de Nürburging”, além das 24 Horas de Spa, em Spa-Francorchamps (Bélgica), pela Montblanc Series, e as 24 Horas de Daytona, pela WeatheTech Championship, norte-americana. Mas a corrida francesa é única no calendário do Mundial de Endurance (FIA World Endurance Championship) com essa extensão. As demais etapas do campeonato de 2016 são de “apenas” seis horas.

Disputada desde 1923, a prova foi criada pelo Automóvel Clube local, que buscava uma prova de resistência para atestar a robustez dos carros. Mas a corrida também é um prova de resistência para pilotos, que se revezam ao volante. Os pilotos alternam a direção durante dia e noite e precisam manter o ritmo dos colegas. 

Laboratório
Le Mans se tornou um dos principais laboratórios de desenvolvimento e aprovação de tecnologias automotivas, entre elas a moto-rização híbrida. Este ano, Porsche, Audi e Toyota mais uma vez apostam em protótipos que combinam motores a combustão com unidades elétricas. 

E há dois motivos muito claros para apostarem nesse formato. A primeira é de ordem competitiva. Bólidos híbridos necessitam de menos paradas para reabastecimento que um carro equipado apenas com motorização convencional. Considerando que cada carro leva menos de 4 minutos para percorrer os quase 14 quilômetros do traçado, que no total corresponde a cerca de 5 mil quilômetros de prova. 

Na categoria principal de protótipos, a LMP1A, o tanque de combustível é de cerca de 60 litros. E se levarmos em conta que os carros andam no limite não é preciso rabiscar folhas e mais folhas com cálculos para ter a certeza de são exigidas inúmeras paradas para reabastecimento.

O segundo motivo é de ordem de mercado. A indústria tem se desdobrado para aumentar a eficiência dos carros e o conceito híbrido tem sido apontado como a maneira mais acessível. E comprovar a eficácia desse tipo de propulsão em Le Mans é o aval para levá-la para as ruas. 

Categorias
Além da LMP1 (protótipos), que formará grid com nove carros, ainda disputam simultaneamente as categorias LMP2, também com protótipos e 23 carros, os pelotões de carros de turismo, como a LMGTE-Pro (14 carros) e a LMGTE-Am (13 carros) além de um Morgan LMP2, da equipe SRT41 by OAK Racing, que participará como equipe convidada</CW><CW-30>. 

Nas categorias de turismo, correm modelos esportivos como Ferrari 488, Chevrolet Corvette, Porsche 911 e o novíssimo Ford GT, que chega para celebrar os 50 anos da vitória de 1966.

Brasileiros em Le Mans
Diversos pilotos brasileiros já integraram equipes que disputaram as 24 Horas de Le Mans. O primeiro a participar da prova foi Bernardo de Souza Dantas, em 1935, que dividiu a direção de um Bugatti Type-6 com o francês Roger Teillac. Depois dele diversos nomes, como José Carlos Pace, Nelson Piquet, Raul Boesel, Paulo Gomes, Augusto Farfus, Christian Fittipaldi e Ricardo Zonta correram na prova francesa. 

Entre os brasileiros com melhor desempenho em Le Mans está Bruno di Grassi, que este ano correrá junto com outros cinco brasileiros, espalhados em equipes e categorias diferentes. 

O piloto integra o time oficial da Audi e compartilhará o R18 Hybrid com britânico Oliver Jarvis e o francês Loïc Duval.Grassi, que teve passagem meteórica na Fórmula 1, mostrou-se mais qualificado em provas de turismo e protótipos, tanto que ficou entre os quatro primeiros lugares nas três últimas edições da corrida. 

A melhor colocação do brasileiro foi em 2014, quando formou equipe com o suíço, Tom Kristensen (nove vezes vencedor da prova) e o espanhol Marc Gené.

Outro brasileiro que correrá na principal categoria das 24 de Le Mans é Nelsinho Piquet, pela equipe Rebellion Racing. Piquet Jr. dividirá seu R-One com outro herdeiro das pistas, Nicolas Prost, filho do tetracampeão Alain Prost. Completa o trio o alemão Nick Heidfeld, que correu na F1 entre 2000 e 2011.

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