Lendas do Automobilismo: Em 1985, Mitsubishi Pajero iniciou seu reinado no Dakar

Marcelo Ramos
miramos@hojeemdia.com.br
25/11/2016 às 19:20.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:49

No dia 2 de janeiro será dada a largada da edição 2017 do Rali Dakar, que percorrerá Paraguai, Bolívia e Argentina. Quem acompanha a prova sabe que ela é disputada por protótipos sofisticadíssimos que apenas ostentam uma “bolha” inspirada nos carros de produção em série como o Mini All4 com sua carinha de Countryman. No entanto, no início dos anos 1980, no então Rally Paris-Dakar, as coisas eram diferentes. 

A prova era disputada por carros de produção ajustados para encarar as condições extremas dos desertos africanos e, basicamente, poderia ser vencido pela dupla que tivesse, além de competência e habilidade, um veículo 4x4 confiável e um bom suporte técnico. 

Na prova de 1985 não foi diferente. Muitas equipes improvisaram seus bóli-dos, equipados com estrutura tubular na cabine (gaiolas), suspensão elevadas e pagavam para ver. Tinha de tudo, desde veteranos como Citroën 2CV e até mesmo Fuscas. 

Ao todo, foram inscritos cerca de 360 carros, entre eles o Mitsubishi Pajero, que conduziu os franceses Patrick Zaniroli e Jean Da Silva para a vitória, abrindo a porteira para outros 11 títulos da marca japonesa, que até hoje é a maior vencedora no rali.

Pelo caminho
Naquele ano a Porsche tentaria seu segundo título, com a estreia do 959, que substituíra o campeão 911 (953). René Metge não teve a mesma sorte e o 959 o deixou no meio do caminho, assim como os outros dois Porsches inscritos, um deles pilotado por Jack Ickx. Mas os Porsches não foram os únicos a sucumbirem no rali e pouco mais de 70 carros concluíram a prova.

Zaniroli estava em seu quinto Dakar e já tinha corrido quatro edições com o pesado Land Rover Range Rover. Já Da Silva navegava seu quarto rali, o que lhe dava conhecimento dos poucos amistosos desertos africanos. Compacto, o Pajero mostrou ótima performance nos bancos de areia do deserto. Mas ele não era o único e haviam outros quase 40 jipinhos japoneses na disputa, assim como dezenas de Land Rovers Range Rover e Toyotas FJ (Bandeirante). 

No final, valeu a combinação do carro confiável com a experiência do piloto e navegador. Isso estimulou o acirramento da competição, com o surgimento de protótipos projetados para a prova, fazendo com que mas a Mitsubishi só voltasse a vencer em 1992.

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