Lendas do automobilismo - Porsche 911 (953)

Marcelo Ramos
miramos@hojeemdia.com.br
21/10/2016 às 19:37.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:20
 (Porsche)

(Porsche)

Quem fixa os olhos num Porsche 911 tem uma vaga lembrança do Volkswagen Fusca. E a semelhança não é mera coincidência. Ferdnand Porsche foi o engenheiro que deu vida ao Fusca, com seu conceito de motor traseiro refrigerado a ar e carroceria aerodinâmica. No final dos anos 1950 fundou sua fabrica de esportivos aproveitando componentes do Fusquinha. 

No entanto, anos antes, mais precisamente durante a Segunda Guerra Mundial, o exército alemão desenvolveu uma versão militar do Volks, o Kubelwagen. O veículo foi fundamental para a máquina de guerra nazista avançar pela África, justamente por não necessitar de água para refrigerar o motor. Daí, em 1984 o Porsche 911 (953) encarou o deserto africano e trouxe o primeiro título da marca no Rali Paris-Dakar, sem pedir um copo d’água sequer, assim como o veterano de guerra.

O Carro
O 953 era uma versão adaptada do 911 (geração 930), com suspensão bastante elevada para dar conta de vencer os bancos de areia e terrenos acidentados do rali, assim como a tração era 4x4 com opção de distribuição de torque com acionamento manual. Ou seja, na base da segunda e pesada alavanca. Já o motor boxer (cilindros contrapostos) 3.3 litros fora recalibrado para desenvolver 300 cv.

Entre as adaptações, destaque para as luzes de freio colocadas no teto do cupê. Se num carro de corrida em asfalto os “copinho” aumentariam o arrasto do carro, no Paris-Dakar as luzes eram fundamentais para tornar o carro visível nas dunas e nas trilhas empoeiradas, uma vez que a posição original das lanternas do 911, na base do capô, era facilmente bloqueadas pela sujeira. 

Com peso total de 1.274 quilos, o 953 era um carro apertado e a dupla francesa René Metge e Dominique Lemoyne precisavam se espremer junto com o tanque de combustível e um pneu sobressalente que viajava atrás dos bancos. 

Com 91 carros inscritos em sua categoria, o 953 cruzou a França, Algéria, Niger, Serra Leoa, Guiné e Senegal, um trajeto de 12 mil quilômetros entre os dias 1º e 20 de janeiro de 1984. A Vitória motivou o desenvolvimento de uma versão rali do supercarro 959, para 1985 e 1986. Mas isso é conversa para um outro sábado.


 

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