Teste: Captur traz o melhor do Duster em traje de festa

Marcelo Ramos
miramos@hojeemdia.com.br
10/03/2017 às 22:47.
Atualizado em 15/11/2021 às 13:42

A Renault foi a primeira fabricante a apresentar um rival para o Ford EcoSport, lá em 2011, com o Duster. O jipinho estreou com espaço generoso e opções de motorização 1.6 e 2.0. Esta última com direito a caixa de seis marchas manual e tração 4x4 ou transmissão automática de quatro marchas. 

No entanto, o Duster pecava pelo acabamento pobre, arquitetura interna que não privilegiava a ergonomia e um visual grosseiro (que particularmente acho fantástico) que não agradava gregos e troianos. Tudo isso impedia o Duster de concorrer com jipinhos mais qualificados. O Captur veio para corrigir os problemas, no entanto, não se preocupou em evoluir aquilo que já era bom.

O visual arrojado agrada dentro e fora o sentido da visão. No interior, o quadro de instrumentos é moderno e herdou o velocímetro digital do Fluence (assim como a chave do tipo cartão). Mas o jipinho não é capaz repetir a mesma satisfação com o tato. O Captur utiliza plásticos duros e pobres em seu interior. E mesmo que a versão topo de linha, Intense, conte com opção de bancos revestidos em couro, ele deveria oferecer melhor acabamento. Afinal, custa R$ 90 mil, e seus rivais diretos oferecem mais que isso.

O conjunto mecânico também é o mesmo do veterano romeno, com seu motor 2.0 de 148 cv acoplado a uma transmissão automática de quatro marchas, o que faz do Captur um automóvel pouco eficiente (ler ficha).

Evoluções
Mas o Captur melhorou em diversos aspectos, a começar pela adoção de controle de estabilidade (ESP) como item de série em toda linha e função ECO, que minimiza a ineficiência do <CF36>powertrain</CF>. A adição de luzes diurnas em LED não confere apenas um ar moderninho, mas contribui para melhorar a segurança e atende as exigências da legislação para rodar em rodovias. 


Raio-X Renault Captur Intense 2.0

O que é?
Utilitário-esportivo (SUV) compacto de cinco lugares.

Onde é feito?
Produzido na unidade São José dos Pinhais (PR).

Quanto custa?
R$ 89.990

Com quem concorre?
O Captur concorre com Chevrolet Tracker LTZ 1.4 turbo (R$ 89.990), Ford EcoSport FreeStyle 4WD 2.0 (R$ 91 mil), Honda HR-V EX 1.8 (R$ 93 mil), Jeep Renegade Longitude 1.8 (R$ 91.990), Nissan Kicks SL 1.6 (R$ 91.900) e Peugeot 2008 Griffe 1.6 turbo (R$ 87.990)

No dia a dia
É impossível não comparar o Captur com seu irmão Duster. Apesar de serem tecnicamente idênticos, o Captur evoluiu em dirigibilidade. A arquitetura interna oferece comandos com melhor posicionamento que no Duster (que ainda carrega o conceito de baixo custo da primeira geração do Logan). Assim, comandos, difusores de ar estão melhor distribuídos, apesar de as teclas Eco e “piloto automático” terem sido empurradas para junto da alavanca de câmbio. Não seria um problema se a posição de dirigir não fosse tão elevada.

Aliás, a posição oferece ótima visibilidade, que a câmera de ré não chega a ser imprescindível. Mas quem tem estatura acima de 1,80 metro terá dificuldade de achar uma posição confortável.

No uso cotidiano, o Captur agrada tanto quanto o Duster, o acabamento é simples, mas a montagem é honesta e minimiza ruídos. O isolamento acústico também é superior ao Duster. O espaço é generoso tanto para os passageiros quanto para bagagem (437 litros). A oferta de cintos de três pontos para todos os ocupantes é um ponto positivo, assim como ESP de série.

Motor e transmissão
O motor 2.0 de 148 cv e 20,9 mkgf de torque não é um exemplo de modernidade e eficiência, principalmente quando associado com a caixa automática de quatro marchas que, literalmente, estrangula o motor e penaliza o consumo. Mesmo assim, oferece força e agilidade na estrada, apesar de a transmissão demorar a responder. 

Como bebe?
Abastecido com gasolina, a unidade testada registrou média de 8,4 km/l no combinado entre trajeto urbano e rodoviário, com modo ECO ativado.<EM>

Suspensão e freios
A suspensão utiliza conjunto McPherson na frente e eixo rígido atrás. Com acerto firme, ele não oscila nas curvas (muito em função do ESP), mas o conforto de quem viaja atrás é prejudicado. Os freios contam com discos ventilados no eixo dianteiro e tambores no traseiro.

Pontos positivos
Estilo
Conteúdo

Pontos negativos
Conjunto mecânico
Acabamento

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