Teste - Sandero três cilindros surpreende pela autonomia, mas vibra demais

Marcelo Ramos
miramos@hojeemdia.com.br
08/09/2017 às 18:07.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:28
 (Renault)

(Renault)

Até o mês passado, o Sandero era o principal produto no portfólio da Renault brasileira. Mas desde a apresentação do Kwid e o início de suas vendas em novembro, não dá para dizer se o hatch continuará reinando absoluto na gama paranaense. No entanto, não se pode negar que o Sandero é um dos produtos mais acertados da marca francesa e sempre foi capaz de aliar preço, espaço, conteúdo e eficiência. 

Só não se pode esperar refinamento. Afinal, ele nasceu da costela do Logan, que foi pensado para ser um popular acessível para o consumidor do Leste Europeu na década passada.

Testamos a versão Expression 1.0 SCe, segunda na hierarquia da linha, com preço inicial de R$ 46.450. Pelo preço cobrado, o carrinho conta com ítens como direção eletrohidráulica, ar-condicionado, vidros dianteiros elétricos, alarme, rádio com CD, MP3 e Bluetooth. Quem quiser navegador multimídia, faróis auxiliares e outros apetrechos precisará optar pela versão Vibe, que encarece cerca de R$ 2 mil o cheque. 

O pacote de conteúdo não mostra nada de novo, com exceção da direção elétrica. Quem tem um Sandero ou Logan sabe que o sistema de direção hidráulica é eficiente, mas não é nenhum exemplo em maciez. O módulo elétrico tornou a direção mais confortável. No entanto, falta ajuste de carga. Mas não se pode esperar muito de um carro popular (mesmo que R$ 45 mil não seja preço popular em lugar nenhum).

A direção faz parte do pacote, que inclui o novo motor SCe 1.0 três cilindros. A unidade é a mesma dos primos Nissan March e Versa, que oferece 82 cv e 10,2 mkgf de torque. Números que garantem um bom comportamento ao Sandero no uso cotidiano, quando ocupado por um casal e uma criança pequena. Cinco adultos exigiram muito do carrinho, ainda mais em cidades com ladeiras, como BH e cercanias. 

No entanto, o que chamou a atenção no Sandero é que o motor vibra muito e transfere a trepidação para dentro da cabine. É natural que motores de cilindros ímpares tenham uma maior dificuldade de balanço e trepidem mais que as unidades de êmbolos pares. No March, a Nissan fez questão de explicar que adicionou coxins reforçados nos suportes do motor para anular a tremedeira, cuidado que parece ter sido negligenciado ao Sandero.

Raio-x Renault Sandero Exprission 1.0 SCe

O que é?
Hatch pequeno, quatro portas e cinco lugares.

Onde é feito?
Fabricado na unidade de São José dos Pinhais (PR).

Quanto custa?
R$ 46.450

Com quem concorre?
O Sandero Expression 1.0 concorre com Chevrolet Onix LT 1.0 (R$ 46.150), Fiat Palio Attractive 1.0 (R$ 44.570), Ford Ka SE 1.0 (R$ 44.290), Hyundai HB20 Comfort Plus 1.0 (R$ 46.300), Nissan March SV (R$ 46.490), Toyota Etios X 1.3 (R$ 46.650) e Volkswagen Gol Track 1.0 (R$ 45.250).

No dia a dia
Assim como o Logan, é categorizado como automóvel pequeno. No entanto, oferece muito espaço interno e inclusive no porta-malas (320 litros), o que o torna apto para casais com filho pequeno que não podem optar por um sedã.

No uso cotidiano, a versão se mostra bastante satisfatório, apesar de ser uma versão mais espartana, sem direito a navegador GPS, retrovisores e vidros traseiros elétricos, o carrinho corresponde bem a quem busca um pouco mais de conforto e não pode pagar mais pelo que era pedido por um hatch 1.6 completo há quatro anos. 

Motor e Transmissão
O motor 1.0 12v de 92 cv e 10,5 mkgf combinado com a nova caixa manual de marchas deu ao hatch mais vigor à versão de entrada do Sandero. O motorzinho oferece grande parte do torque antes de dos 3 mil rpm, o que não exige que o motorista tenha que esgoelar o carro todo o tempo. <EM>

A transmissão também foi revista. Apesar de a relação de marchas ser a mesma, o trambulador está mais preciso, com uso de buchas mais espessas que eliminaram aquela “bambeza” da alavanca.

Como bebe?
A média de consumo no combinado entre trajeto urbano e rodoviário, com gasolina, foi de 13,5 km/l. Ele ainda é equipado com sistema start/stop, que ajuda a melhorar o índice de consumo.

Suspensão e freios
Ambos seguem o padrão de qualquer hatch pequeno com suspensão McPherson na frente e eixo rígido atrás. Freios a disco à frente e tambores atrás. Um senão é a ausência do controle de estabilidade (ESP) que é disponível apenas nas opções com caixa automatizada.

Pontos positivos
-Consumo
- Espaço

Pontos negativos
- Falta de sensor de ré de série
- Vibração excessiva do motor

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