Uma alfa entre os alemães

Marcelo Ramos
miramos@hojeemdia.com.br
17/09/2016 às 12:07.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:52
 (Alfa Romeo/Divulgação)

(Alfa Romeo/Divulgação)

O Deutsche Tourenwagen Masters (DTM) é uma das competições de stock car mais acirradas do mundo. A competição alemã teve início em 1984, mas somente a partir de 1991 é que o regulamento passou a vincular o prêmio de construtor. E foi em 1993 que a Alfa Romeo foi a primeira e única marca não alemã a levantar o caneco com um protótipo inspirado na linha dos sedã 155. 

O conceito do DTM segue a mesma lógica da Stock Car Brasil, onde os construtores montam seus carros numa base tubular e precisam atender uma série de requisitos. Na verdade, o certo seria o contrário, uma vez que o atual formato da competição brasileira segue os mesmos moldes do campeonato alemão. 

Sendo assim, do carro de rua, o bólido só tinha a silhueta, pois debaixo da ‘bolha’ havia um emaranhado de tubos soldados e um conjunto mecânico que aproveitava apenas o bloco V6 2.5 do sedã italiano. 

O motor preparado para o carro utiliza um sistema de admissão com bico injetores individuais instalados sobre as cornetas de admissão. Tanto que sobre o bloco havia uma enorme tampa com uma tela para bloquear impurezas. Preparado para girar em altíssimas rotações a unidade atingia picos próximo aos 12 mil rpm e potência de 495. 

O conjunto de suspensão independente contava com amortecedores com ajuste eletrônico de carga. Já as rodas não poderiam ser de outro fornecedor se não fosse a conterrânea OZ, da mesma forma que os freios Brembo.

A equipe

Para a temporada de 1993 a equipe Alfa Corse colocou os dois únicos 155 na disputa com Alessandro Nanini com o carro número 7 e Nicola Larini com o carro número 8. Nanini chegava com o lastro de ter uma vitória na Fórmula 1, enquanto o companheiro, que tinha passado os últimos cinco anos no Circo, nunca tinha visto o posto mais alto do pódio.

No entanto, foi Larini que fez chover na DTM daquele ano. Com um calendário com dez etapas, sendo que cada uma tem duas corridas, o italiano venceu dez baterias e terminou o ano com 261 pontos, 57 à mais que o segundo colocado, o alemão Roland Asch. Nanini venceu a última etapa em Hockenheim, faturando as duas baterias e terminou o ano em oitavo lugar.

O 155 ainda conquistaria dois títulos do Espanhol de Turismo, inclusive de ter corrido no poderoso Campeonato Britânico de Turismo (BTCC), escrevendo seu nome na história do automobilismo com 41 vitórias no currículo. O modelo foi substituído pelo 156, mas nunca mais conseguiu andar na frente dos fabricantes alemães como Audi, Opel, BMW e Mercedes-Benz.

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