A vacina contra o vírus do papiloma humano, HPV, é conhecida por proteger as mulheres do câncer de colo de útero, o quarto tipo mais comum da doença entre o sexo feminino. Mas, a partir de 2017, ela estará disponível na rede pública também para os meninos. "A lesão maior, que é o câncer no colo do útero, é nas mulheres. Mas quem transmite o HPV é o homem", afirma Cecília Roteli, membro da Comissão Nacional de Vacinas da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
No primeiro ano, a idade para imunização será entre 12 e 13 anos. Até 2020, pretende-se ampliar o grupo para de 9 a 13 anos. "Além das verrugas genitais, tanto nas mulheres quanto nos homens - lesões 'benignas', que não levam ao câncer - nos meninos ela vai proteger contra alguns tipos de câncer, como o de pênis ou da região anal", explica Cecília. Além disso, o HPV também pode provocar lesões pré-cancerosas, ou seja, que podem se desenvolver e se transformar na doença.
A importância da vacinação fica ainda mais evidente quando se ressalta que aproximadamente 80% das pessoas sexualmente ativas vão entrar em contato com o vírus. "A maioria delas vai eliminar espontaneamente essa infecção. Uma pequena parte vai ter uma persistência que vai causar uma lesão no futuro", afirma Cecília.
Entre os homens, o diagnóstico pode ser ainda mais complicado do que nas mulheres, já que não há sintomas quando a lesão não causa verrugas genitais. "Ele passa sem perceber, justamente os vírus chamados oncogênicos, que causam câncer. Os exames para diagnosticar existem, mas são muito caros e, por isso, não estão disponíveis para a população em geral", diz a especialista.
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