Inadimplência entre idosos cresce 13,6% em um ano pressionada pelas despesas com saúde

Bruno Moreno
bmoreno@hojeemdia.com.br
22/06/2016 às 19:40.
Atualizado em 16/11/2021 às 04:00
 (Cristiano Machado)

(Cristiano Machado)

A inadimplência entre consumidores acima de 65 anos cresceu 13,6% nos últimos 12 meses em Minas, a maior expansão dentre todas as faixas etárias, segundo pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), divulgada ontem. Reajustes de planos de saúde e preços de remédios acima da inflação contribuem para que o aperto financeiro seja mais rigoroso na chamada terceira idade. Em abril, os medicamentos subiram até 12,5%.

A defasagem da aposentadoria, que não acompanha os reajustes do salário mínimo, também torna mais difícil manter as contas e m dia. E é na busca por crédito para fechar o orçamento que muitos acabam atropelados por taxas e juros de parcelamentos a perder de vista. “Pesquisa recente da CDL-BH mostrou que de dez idosos entrevistados, cinco possuem três ou mais cartões de crédito e ou débito. E o recomendado é que cada pessoa tenha no máximo dois cartões, pois assim fica mais fácil controlar os gastos e evitar compras por impulso”, afirmou.

Segundo o presidente da CDL-BH, Bruno Falci, a falta de educação financeira ainda é uma das principais causas da inadimplência. Falci lembra que, nos últimos anos, o governo federal facilitou o crédito e estimulou o consumo. 

Na estratificação por idade, a melhor situação é a dos jovens de 18 a 24 anos, com queda de 20,51% da inadimplência em um ano. Segundo o presidente da CDL, no entanto, o crescimento da taxa de desemprego é a principal causa para a redução do endividamento nessa faixa etária. “Só é inadimplente quem compra. Os jovens não estão comprando, porque não estão conseguindo. Têm dificuldade no primeiro emprego, no segundo emprego. Estão indo para o mercado de trabalho mais velhos”, argumenta.

Falci destaca que, há alguns anos, com o mercado aquecido, os jovens tinham acesso mais fácil ao mercado de trabalho. No entanto, agora são os que mais perderam postos de trabalho.

Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que, nessa faixa etária, o desemprego subiu de 15,25% no quarto trimestre de 2014 para 20,89% no mesmo período de 2015. Já nos três primeiros meses deste ano, a taxa chegou a 26,36%. O índice é muito maior do que entre os adultos até 59 anos, que alcançou 7,91% no mesmo período. 

 

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