Injeção de R$ 4,5 bilhões no Minha Casa, Minha Vida deve destravar o setor da construção civil

Tatiana Lagôa
tlagoa@hojeemdia.com.br
02/06/2016 às 20:08.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:43
 (Arquivo Hoje em Dia)

(Arquivo Hoje em Dia)

Após o corte de 60 mil postos de trabalho e uma queda de 8,8% no PIB em 2015 , em consequência, principalmente, da crise econômica e da suspensão de repasses e novas contratações para o programa Minha Casa, Minha Vida, o setor da construção civil aposta na injeção de R$ 4,5 bilhões para iniciar uma retomada. O Ministério das Cidades anunciou ontem que pedirá ao Planalto e à Fazenda mais R$ 5 bilhões para destravar pagamentos, principalmente, obras paradas do Minha Casa, Minha Vida (MCMV). A injeção de recursos, se concretizada, seria a “salvação da lavoura” aplicada ao canteiro de obras. 

Em 2016, a pasta possui R$ 6,92 bilhões disponíveis para gastar no MCMV. Se puder empregar mais R$ 4,5 bilhões no programa, o Ministério poderá cumprir todos os contratos com pagamentos previstos para este ano. “Estamos vivendo, se não a mais longa, a mais aguda crise que o setor já viu na história”, afirma o presidente da Câmara da Indústria da Construção Civil da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Teodomiro Diniz Camargos. 

A reversão do crescimento começou em 2012, quando a classe média pôs o pé no freio. Com os financiamentos cada vez mais escassos, o acesso foi dificultado. Mas o setor ainda contava com o Minha Casa, Minha Vida, principalmente no interior. Com a suspensão de repasses do programa, o quadro se agravou.

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Segundo o primeiro vice-presidente do Sinduscon-MG, Geraldo Jardim Linhares, para as faixas 1 (baixa renda) e 3 do MCMV, a paralisia é resultado da falta de recursos disponíveis. Na faixa dois, o principal problema é a incompatibilidade entre custo de produção e o teto que pode ser cobrado do consumidor – R$ 90 mil no interior e R$ 200 mil nas regiões metropolitanas. “Nós gastamos cerca de R$ 50 mil somente na construção do imóvel. Os terrenos custam R$ 20 mil, em média. Ainda pagamos taxas, corretagem, dentre outras coisas. Está inviável”, diz. 

“Não compensa investir porque o retorno está cada vez menor”, afirma o presidente do Sinduscon-GV, Edmilson Ferreira Sá. Pelo menos dez construtoras já fecharam as portas na cidade e várias outras aguardam a retomada do mercado.

Quem depende da demanda por obras de infraestrutura também não vive um bom momento. “A construção pesada segue devagar. Não temos nenhuma obra pronta dentre as recentemente contratadas e várias delas estão paralisadas”, afirma o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de Minas Gerais (Sicepot-MG), Emir Cadar Filho. Como boa parte das obras estão com pagamentos atrasados, as empresas estão endividadas. (Com agências)  

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