Integrantes de seita religiosa são soltos no Sul de Minas

Hoje em Dia*
22/08/2015 às 14:08.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:27
 (Polícia Federal)

(Polícia Federal)

Três integrantes da seita religiosa “Comunidade Evangélica Jesus, a verdade marca”, investigada por suspeita de praticar crimes de estelionato, lavagem de dinheiro, tráfico de pessoas  e falsidade ideológica, no Sul de Minas, deixaram a cadeia. O grupo havia sido preso durante a operação “ De Volta para Canaã” realizada pela Polícia Federal na última segunda-feira (17).

Em nota, a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) informou que os vereadores Miguel Donizete Gonçalves (PTC), de São Vicente de Minas, e Peterson Andrade Ferracciu (PTC), de Minduri, saíram da prisão na manhã deste sábado (22). O pastor Cícero Vicente de Araújo saiu da Penitenciária de Três Corações, no Sul de Minas, ainda nessa sexta-feira (21). Todos conseguiram o benefício do alvará de soltura e o fim do prazo da prisão preventiva de cinco dias.


Os outros três enconvidos na investigação:  Marcelo Vicente Dias, José Bussato e Adalberto Freitas, continuam nas penitenciárias. A Seds não soube informar se eles também foram beneficiados com o alvará de soltura. Relembre o caso A operação "De Volta para Canaã" da Polícia Federal (PF), deflagrada em 17 de agosto, desmantelou um esquema responsável pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, trabalho escravo, estelionato, tráfico de pessoas e falsidade ideológica. Segundo as investigações, o patrimônio do grupo, amealhado com dinheiro de doação dos fiéis, chega a R$ 100 milhões.   A partir de 2008, a seita ajudou a eleger Miguel Donisete Gonçalves, em São Vicente de Minas, e Peterson Andrade Ferracciu, de Minduri, ambos do PTC. Oriundos do interior de São Paulo, Miguel e Peterson foram eleitos pela primeira vez em 2008 e conquistaram um segundo mandato no pleito seguinte.    Nessa época, propriedades da seita já eram investigadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e pela PF, por suspeita de trabalho escravo e indícios de lavagem de dinheiro.   Além dos políticos, foram presos o líder da comunidade, Cícero Vicente de Araújo, o pastor Araújo, Marcelo Vicente Dias, que também seria pastor e presidente da Associação Beneficente Amigos Solidários (ABAS), José Busato e uma sexta pessoa identificada como Adalberto.    A PF não divulgou os nomes dos alvos. Eles foram confirmados ao Hoje em Dia pelo advogado Leonardo Carvalho de Campos, representante da seita e do pastor Araújo. Os seis suspeitos são apontados pela PF como integrantes da cúpula da congregação. Também teriam usado laranjas para ocultar patrimônio acumulado com o desvio de doações de fiéis. O objetivo seria esconder a existência de restaurantes, fazendas, lojas de autopeças, contas bancárias, postos de combustível, entre outros comércios que, na realidade, pertenceriam aos investigados. Araújo seria o líder da organização criminosa. Principal investigado, ele se sentiu mal e teve que ser atendido pelo Samu, antes de ser remanejado da delegacia de Varginha para o presídio de Três Corações. O depoimento dele corre em segredo de Justiça.   Ao todo, 129 mandados judiciais foram expedidos pela juíza Rogéria Maria Castro de Belli, da 4ª Vara da Justiça Federal em Belo Horizonte, entre mandados de prisão, condução coercitiva, bloqueio de bens e contas bancárias. Entre os carros apreendidos, estão uma Toyota Hilux e um sedã da Mercedes-Benz.   *Com Gabriela Sales e Ezequiel Fagundes

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