Irã testa novo míssil de 2.000 km de alcance com êxito

AFP
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23/09/2017 às 20:26.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:42
 (Handout/AFP)

(Handout/AFP)

O Irã testou com sucesso um novo míssil, o "Khoramshahr", de um alcance de 2.000 km e capaz de transportar várias ogivas, anunciou neste sábado (23) a televisão estatal iraniana.

O lançamento teste acontece em um contexto de tensão entre o Irã e os Estados Unidos, uma vez que o presidente americano Donald Trump ameaça não respeitar o acordo nuclear assinado em 2015 entre Teerã e as grandes potências.

A televisão difundiu imagens do lançamento de "Khoramshahr" e do interior do míssil.

A data do teste não foi comunicada, mas, na véspera, o míssil foi exibido em um desfile militar que recordou a guerra desatada pelo Iraque contra o Irã em 1980.

O anúncio de Teerã coincide com um clima muito tenso entre Irã e Estados Unidos, cujo presidente, Donald Trump, ameaça tirar seu país do acordo sobre o programa nuclear de 2015, assinado pelo Irã e os cinco principais membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia e China, além da Alemanha).

"O Irã acaba de testar um míssil balístico capaz de chegar a Israel. Eles também estão trabalhando com a Coreia do Norte. Não temos muito de um acordo!", tuitou Trump neste sábado (23).

O acordo nuclear não proíbe as atividades balísticas por parte do Irã, mas a resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU, que a ratificou, pede que Teerã não realize testes para desenvolver mísseis elaborados para transportar ogivas nucleares.

Os iranianos afirmam que os mísseis de seu país não foram criados para incorporar ogivas nucleares e que, além disso, Teerã não tem qualquer programa para fabricar armas nuclearews.

"O míssil Khoramshahr, de 2.000 km de alcance, pode transportar várias ogivas convencionais para atingir vários objetivos de uma vez", disse o general Amir Ali Hadjizadeh, comandante da força aeroespecial da Guarda Revolucionária, citado pela agência Irna.

O Irã já possui outros dois mísseis, o Ghadr-F e o Sekhil que, com seus 2.000 km de alcance, podem alcançar Israel, o arqui-inimigo do Irã, e as bases americanas da região.

Na sexta-feira, o presidente iraniano Hassan Rohani afirmou que o Irã se negava a limitar seu programa balístico. 

"O míssil balístico que o Irã disparou constitui uma provocação para os Estados Unidos e seus aliados, como Israel, e uma forma de testar nossas reações", afirmou o ministro em comunicado.

 'Dissuasão' 
"Queiram ou não, vamos reforçar nossas capacidades militares necessárias em termos de dissuasão", declarou Rohani durante o desfile militar. "Não só vamos desenvolver nossos mísseis, como também nossas forças aéreas, terrestres e marítimas. Para defender nossa pátria, não pediremos permissão de ninguém".

O Irã desenvolveu um vasto programa balístico nos últimos anos, que preocupa os Estados Unidos e também a Arábia Saudita, sua principal rival na região, e a alguns países europeus como França e Israel, seu grande inimigo.

Teerã argumenta que precisa reforçar seu programa balístico para estar em equilíbrio com os outros países da região, principalmente Arábia Saudita e Israel, que investem milhões de dólares na compra de armas dos países ocidentais, especialmente dos Estados Unidos.

No próximo dia 15 de outubro, Trump tem previsto notificar ao Congresse se o Irã respeita seus compromissos referentes ao acordo. Se disser que não, o Congresso poderá impor novas sanções contra Teerã.

No entanto, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) assinalou em várias ocasiões que o Irã está cumprindo com seus compromissos.

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