Ironia a Crivella e crítica social vão para avenida nas escolas do Rio de Janeiro

Estadão Conteúdo
11/02/2018 às 08:37.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:16

Não é só a Mangueira, um dos destaques da primeira noite na Sapucaí, que fará um desfile crítico. O Paraíso do Tuiuti, que também sai neste domingo (11), e a Beija-Flor, que fecha a avenida segunda-feira (12) vão retratar mazelas em alegorias e alas. As escolas acreditam que mesmo a corrupção, a miséria e a falta de segurança rendem carnaval.

O Tuiuti grita contra "o cativeiro social" derivado da escravidão e pede: "se eu chorar, não leva a mal". O desfile fala dos reflexos da subjugação de negros, 130 anos após a Lei Áurea.

Ao lembrar os 200 anos de Frankenstein, da escritora inglesa Mary Shelley, a Beija-Flor de Nilópolis mira em problemas variados, como as desigualdades sociais - uma escultura de favela será ladeada por uma de prédio de luxo -, a LGBTfobia - Pabllo Vittar será destaque -, a destruição ambiental - um dos carros aparecerá com lixo - e a violência - haverá até simulação de um assalto.

A "ganância de terno e gravata" cantada pela Azul e Branca virá representada por malas recheadas com notas de R$ 100.

Tachado de "prefeito anticarnavalesco", Marcelo Crivella (PRB) é criticado indiretamente pela Mangueira - o refrão diz "pecado é não brincar o carnaval". O mesmo ocorre com o da Beija-Flor, que critica: "Me chamas tanto de irmão/ e me abandonas ao léu/ troca um pedaço de pão/ por um pedaço de céu".

O prefeito nega ser contra a folia. Diz que, com a crise, teve de priorizar áreas essenciais, o que provocou cortes de recursos para o carnaval.

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