Janot pede ao STF arquivamento de inquérito contra Anastasia

FOLHAPRESS
28/08/2015 às 21:22.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:33

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta sexta-feira (28) pedido de arquivamento do inquérito que investigava a ligação do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) no suposto esquema de corrupção da Petrobras.    Esse é o primeiro pedido de arquivamento apresentado por Janot ao STF em relação aos 25 inquéritos que apuram o envolvimento de 50 políticos nos desvios da estatal.  Na semana passada, Janot apresentou as primeiras denúncias da "Lava Jato", contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), de supostos crimes cometidos no esquema. Eles negam relação com a engenharia criminosa.    Anastasia é o único tucano alvo do STF. Não há detalhes das argumentações que o Ministério Público usou para defender o encerramento do caso, mas teria sido a falta de elementos para continuar as investigações. A reportagem apurou que durante as  investigações o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca, permaneceu em silêncio em seu depoimento. Segundo investigadores, se surgirem novos indícios fortes, o caso pode até ser eventualmente reaberto.    Como a "Folha de S.Paulo" revelou em janeiro, Careca, disse à Polícia Federal em novembro de 2014 que entregou R$ 1 milhão em 2010 a Anastasia, então candidato a governador, por ordem do doleiro Alberto Youssef.    O senador rechaçou a acusação na época, e disse desconhecer o policial e o doleiro, um dos principais operadores do esquema de corrupção descoberto na Petrobras.  A fala de Careca foi desmentida depois por Youssef, que fez acordo para colaborar com as investigações e negou ter pedido ao policial que entregasse o dinheiro.    Os procuradores da "Lava Jato" fizeram nos últimos meses checagens para verificar a história de Careca, que depôs na condição de testemunha. As apurações não confirmaram os fatos narrados. Na declaração de novembro, ele disse que levou o dinheiro a uma casa em Belo Horizonte e que Youssef lhe dissera que o destinatário era o então candidato dos tucanos ao governo de Minas.

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