Kalil ganha tempo com pauta travada na Câmara

Filipe Motta
fmotta@hojeemdia.com.br
08/03/2017 às 09:36.
Atualizado em 15/11/2021 às 13:39

 
O prefeito Alexandre Kalil (PHS) ganhou tempo extra para aparar arestas antes de definir os novos líder e vice-líder do governo na Câmara e para preparar terreno para a apresentação da aguardada reforma administrativa. Por ora, os trabalhos dos vereadores estão concentrados na análise dos vetos do ex-prefeito Marcio Lacerda a 18 projetos de lei aprovados na legislatura passada, que travam a pauta da Casa.

Novos projetos, como a reforma administrativa, só poderão ser apresentados após a “limpeza” da pauta. Os vetos (como o do projeto que prevê o funcionamento do metrô até a meia-noite em dias de jogos) começaram a ser analisados no fim da tarde de ontem.

Os vereadores Jorge Santos (PRB), Pedro Patrus (PT) e Gilson Reis (PCdoB), ouvidos pelo Hoje em Dia, disseram que o trabalho pode se arrastar para além do dia 15, quando se encerram as sessões plenárias do mês. “Enquanto tiver veto, a Câmara não consegue andar”, disse Jorge Santos (PRB).

Assim, Kalil, que vem prorrogando a apresentação da reforma administrativa desde o início da legislatura, ganharia prazo extra até abril, quando já deverá ter um novo líder e uma base mais azeitada.

Apoio

O futuro representante do Executivo na Câmara terá a difícil tarefa de construir base de apoio ao prefeito entre 41 vereadores, de 22 diferentes partidos, sendo que boa parte deles não apoiou Kalil nas eleições. “Sem um líder de governo não há conversas nem articulações”, disse ontem Elvis Côrtes (PSD). “Temos uma Câmara fragmentada. Se ele apresentar a reforma agora, não passa. A Câmara está completamente dividida, não há liderança”, afirmou Jorge Santos.

O ex-líder de governo, Gilson Reis, que se mantém próximo a Kalil, vê como normal o momento de instabilidade devido ao grau de renovação da Casa e ao início de mandato. “O governo não tem pressa. Havia 37 projetos de autoria do Executivo quando Kalil tomou posse e ele retirou 34. Ainda não há demanda forte por aprovar projetos”, disse.

Nomes cotados negam convite para liderança do governo
Cotados para assumir a liderança do governo, Leo Burguês (PSL) e Juliano Lopes (PTC) negaram ontem a oficialização do convite, embora na última segunda-feira à noite tenham se encontrado com o secretário de Governo e vice-prefeito Paulo Lamac (Rede).

“Foi somente uma conversa sobre projetos de minha autoria”, disse Burguês.

“Certamente o prefeito está pensando bem antes de escolher, em um nome que dure muitos meses e anos”, colocou Juliano.

Além da falta de líder e base na Câmara que garanta a aprovação de projetos, alguns vereadores crêem que o perfil heterogêneo da equipe do governo Kalil, que reúne profissionais com afinidades partidárias divergentes (próximos a PT, PCdoB e Rede, na área social, e PSDB na de gestão) pode estar criando tensões quanto ao formato final da reforma e ao tamanho do corte do funcionalismo que ela trará.

Além disso
ARQUIVAMENTO DE PROJETOS
O plenário da Câmara vai analisar o pedido de arquivamento de 162 dos 166 projetos cuja suspensão de tramitação foi solicita[/AD_TXT]da pelo vereador Mateus Simões (Partido Novo) com a justificativa de serem inconstitucionais ou não terem relevância. O pedido foi feito porque parte dos vereadores considera alguns deles relevantes. O Dia do Pai Beneficente e a Semana do Beisebol em BH, no entanto, já foram retirados.

DIA INTERNACIONAL DA MULHER
As quatro vereadoras da Câmara (que tem 41 parlamentares) vão promover várias atividades este mês para marcar o Dia Internacional da Mulher. A programação conta com exposição de fotografias com as trabalhadoras da Câmara, homenagens e rodas de conversa sobre mulheres encarceradas. Marilda Portela (PRB), Nely (PMN), Áurea Carolina (PSol) e Cida Falabella (PSol) formam a bancada das mulheres.

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