Léo Burguês recua após disputa na reforma administrativa

Filipe Motta
fmotta@hojeemdia.com.br
07/06/2017 às 20:34.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:58
 (Abraão Bruck/ CMBH )

(Abraão Bruck/ CMBH )

 O líder do governo Kalil, vereador Léo Burguês (PSL), buscou apagar, na tarde dessa quarta-feira, o incêndio que havia tomado conta da Câmara Municipal na última terça-feira. Para isso, fez um recuo estratégico e retirou da pauta o segundo substitutivo (conjunto de emendas) do projeto da reforma administrativa da prefeitura.

Esse substitutivo havia sido apresentado há três dias, com o desconhecimento dos demais vereadores, gerando grande rebuliço na Casa. A manobra regimental sustava a validade de subemendas que haviam sido elaboradas pelos parlamentares anteriormente, para o primeiro substitutivo da reforma.

Com o recuo da última terça, essas subemendas passam a ser consideras novamente. No entanto, Burguês trabalha na construção de um acordo com aliados para que boa parte dessas propostas seja suprimida, deixando o projeto com a cara desejada pelo prefeito Alexandre Kalil (PHS), e de modo que a reforma seja aprovada até a quarta que vem.

A avaliação dos vereadores é de que a manobra do líder de governo foi uma forma de o Executivo bater o pé diante do que vinha considerando como um excesso de questionamentos por parte dos vereadores com relação à reforma, bem como uma maneira de, diante da reação causada, testar a dimensão aproximada da base de apoio.

Embora tenha sido muito criticado, na terça, por vereadores de esquerda, Burguês recebeu, por exemplo, a defesa do “grupo dos 13” – parlamentares que fizeram campanha para Dr. Nilton (Pros) à época da eleição da presidência da Casa.

“O Executivo já havia contemplado cerca de 40% das emendas dos vereadores no primeiro substitutivo. A quebra de acordo foi da parte de quem continuou apresentado subemendas. O líder de governo agiu de forma correta, para se preservar, ao apresentar o segundo substitutivo”, diz Dr. Nilton.

Os conservadores também têm tentado mostrar ao prefeito que são mais leais do que os cinco vereadores de esquerda (PT, PCdoB e PSol) que, ao contrário dos primeiros, têm três setores municipais sob influência (Políticas Sociais, Cultura e Educação).
Uma aceno de Kalil aos conservadores deve ser no sentido de suprimir, do texto da reforma, subemendas defendidas pela esquerda que dizem respeito, por exemplo, à criação do Conselho Municipal de Políticas LGBT.

Pedro Patrus (PT) acredita que é preciso envolver o prefeito na discussão e disse se recusar a negociar com Burguês. Cida Fallabella (PSol) também defendeu, em plenário, retomar as conversar com Kalil. “Nós precisamos envolver o Executivo na discussão das propostas. Ele precisa entender as subemendas. Não adianta colocar para votação apenas formalmente. Nossas propostas não são para atrasar a tramitação”, afirmou.

Por outro lado, um outro grupo, de cerca de cinco vereadores, ligados ao ex-presidente da Câmara Wellignton Magalhães (PTN), segue desconfortável com a liderança de Burguês. Ontem Magalhães subiu o tom contra Kalil, no plenário, devido à suposta nomeação de um aliado de um deputado federal para um cargo em regional.

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