Enquanto o comércio tradicional contabiliza consecutivas quedas, o comércio eletrônico vai em sentido contrário. Após aumento de 7,4% no faturamento em 2016, a estimativa para este ano é a de que o e-commerce tenha um incremento de 12% nas vendas.
Na esteira dos negócios on-line, cresce o mercado de afiliados - espécie moderna de representantes que ajudam outras pessoas a vender produtos e serviços na internet em troca de comissões.
Uma das pioneiras e líder neste mercado é a mineira Monetizze, que tem praticamente dobrado de tamanho ano após ano desde que foi concebida por Márcio Motta, em 2013, hoje seu principal executivo.
“O que tem acontecido conosco também é reflexo do desemprego. São muitas pessoas que viram no mercado de afiliados uma possibilidade de gerar renda após terem sido dispensadas do emprego formal”, sustenta o empresário.
A Monetizze, que começou com a iniciativa de Márcio Motta, hoje tem 80 funcionários e um cadastro com 500 mil afiliados. “Mas somente uns 10% são ativos e, portanto, melhor remunerados”, acrescenta ele.
Como funciona
A Monetizze é uma plataforma que intermedeia o vendedor (conhecido como produtor) e os afiliados (representantes). Por meio de suas redes sociais, blogs e outras ferramentas on-line, esses afiliados divulgam cursos na internet, produtos e e-books. Em cada venda, eles têm direito a comissões de 30%, 40%, 50% e até 90% do valor bruto.
Também mediante uma comissão, a Monetizze administra as relações. Sabe, por exemplo, quanto cada afiliado gerou em venda, faz cálculos de conversão e outros índices de desempenho e paga as comissões, dispensando o produtor desta tarefa.
Segundo Márcio Motta, hoje são mais de 8 mil produtos disponíveis na plataforma. “São cerca de 50 produtos novos por semana”, diz o responsável pela ideia, que não revela seu faturamento anual nem dos produtores.
Cursos à venda na web vão de emagrecimento a finanças
Pelo menos um quarto da população brasileira - algo em torno de 48 milhões de pessoas - fez pelo menos uma compra on-line em 2016. E pelo menos 21,2 milhões de consumidores optaram por sites internacionais, o que significaram vendas de US$ 2,4 bilhões.
Estes são alguns indicadores do comércio eletrônico, que não para de crescer.
Responsável pela plataforma Monetizze, Márcio Motta acredita na consolidação do mercado de compras on-line. Além de o consumidor ter perdido o receio, a entrada de grandes lojas físicas neste mercado trouxe novos hábitos de compra.
“Hoje é possível comprar pelo computador numa grande loja de eletrodomésticos e pedir para apanhar o produto no dia seguinte, em uma loja física”, lembra Motta. Segundo ele, a facilidade deve impulsionar ainda mais as vendas. O campeão de produtos oferecidos pela Monetizze é um programa de emagrecimento.
Há também um programa contra a disfunção erétil e cursos de finanças, coaching e instrumentos musicais. Uma cláusula no contrato da Monetizze a impede de divulgar volumes e faturamento. “Mas o sistema de emagrecimento gerou milhões em vendas”, admite Motta.
No e-commerce, é cada vez maior o interesse por produtos dos segmentos de moda e cosméticos. Também aumenta o uso dos dispositivos móveis (celulares e tablets). Em 2015, pelo menos 12% das compras eram feitas por esses aparelhos. No ano passado, o índice saltou para 21,5%.
Pesquisa feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) revela que 22% dos brasileiros que realizaram alguma compra com smartphones possuem o hábito de utilizar sites e aplicativos de descontos.
As mulheres levam ligeira vantagem. Elas são 51,6% dos consumidores, 1,5 milhão a mais do que os homens. O cenário atual do comércio eletrônico será discutido por especialistas em evento no próximo dia 28, no hotel Ouro Minas.