(editoria de arte)
De cada dez contratações no país em 2016, três foram de homens e mulheres com até 24 anos. Segundo levantamento feito pelo Sebrae, com base nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), os pequenos negócios incorporaram ao quadro de trabalhadores 2,8 milhões de jovens, número 53% superior ao das Médias e Grandes Empresas (MGE), que contrataram no período 1,8 milhão de pessoas dessa faixa etária.
Minas Gerais foi o segundo estado do país em que as micro e pequenas empresas (MPE) mais empregaram trabalhadores de até 24 anos, 338 mil, representando 12,7% do total. Quem liderou as contratações nesse segmento foi São Paulo, com 776 mil. Uma oportunidade, segundo empresários, de dar um gás novo à equipe.
“Muitas grandes empresas não têm interesse em capacitar um jovem, e são nas micro e pequenas que eles encontram a chance de começarem uma carreira”, disse o presidente do Sebrae, Guilherme Afif.
Esse é o caso da empresária Suely de Oliveira, de 55 anos, proprietária da HS Auditoria e Consultoria Contábil. A empresa tem 16 funcionários, sendo cinco com menos de 24 anos. “Minha empresa é de 1989 e há cinco anos passei a contratar pessoas mais novas. Quando o jovem chega, ele traz um gás novo, além de vir sem vícios, uma oportunidade para moldá-lo para o mercado de trabalho”.
Paulo Cunha/Outra visão/divulgação / N/A
LA DOLMA – Para Ramon Miranda, Sônia Miranda e Fábio Pontes, jovens fazem a diferença
Já para a proprietária do restaurante La Dolma, Sônia Miranda, de 52 anos, “os mais novos estão mais dispostos a trabalhar. Isso faz uma diferença enorme dentro do negócio, principalmente, porque, no geral, o jovem sempre quer aprender mais e melhorar”, explicou. O restaurante tem 11 funcionários, sendo quatro com menos de 24 anos.
Maturidade
Conforme levantamento do Sebrae, a faixa etária que mais teve contratações nos pequenos negócios foi a de 25 a 39 anos, com 47,5%, em 2016, pelas MPE. Em Minas, esse nicho de empresas empregou 46% dos trabalhadores. “É um resultado esperado, pois essa é a idade que os trabalhadores estão no auge a sua força laboral”, observou Afif.
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As Micro e Pequenas Empresas do comércio assinaram a carteira de 1,1 milhão de jovens de até 24 anos, o que corresponde a 40% do total de admissões do setor.
“Em Belo Horizonte não é diferente. Tradicionalmente, o comércio sempre atraiu o primeiro emprego. Na minha empresa, por exemplo, tenho funcionários que começaram com 14 anos, quando a legislação permitia”, explica Marco Antônio Gaspar, vice-presidente da Câmara de Dirigentes e Lojistas (CDL-BH), proprietário da papelaria Brasilusa.
Gaspar explicou ainda que as MPE correspondem a 60% de toda a geração de empregos. “No comércio, os mais jovens, com menos de 24 anos, representam uma mão de obra mais barata, que não precisa de muita qualificação, e podem ser moldados facilmente. Muitos desses jovens têm dois empregos e cursa universidade”, complementa.