Confronto na Câmara Municipal de BH deixa pelo menos 24 feridos

Tatiana Moraes
tmoraes@hojeemdia.com.br
25/07/2016 às 19:46.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:00
 (Thales Viotti)

(Thales Viotti)

Pelo menos 15 manifestantes e nove integrantes da polícia legislativa ficaram feridos após confronto na Câmara dos Vereadores, na noite desta segunda (25), durante audiência pública para discutir o Plano Diretor de Belo Horizonte. Sem entendimento sobre a urbanização das ocupações, os representantes do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) ameaçaram ocupar a Câmara. Foi, então, iniciada um tumulto generalizado.

A confusão teve fim após o presidente da Casa, vereador Wellington Magalhães (PTN), se comprometer a apresentar Projeto de Lei (PL) mudando o zoneamento das ocupações da cidade.

Ao classificar os espaços como Áreas Especiais de Interesse Social, seria possível urbanizá-los, conforme explica o coordenador do MLB, Leonardo Péricles. “As pessoas dessas ocupações precisam de água, esgoto, luz. Isso só será possível após mudar a classificação. As ocupações são movimentos organizados, alguns, inclusive, planejados com ajuda de arquitetos”, destaca Péricles.

Hoje, de acordo com ele, 25 mil famílias vivem em ocupações espalhadas pela cidade. O Plano Diretor, porém, contempla apenas quatro áreas, com 2 mil famílias. “São 98 mil pessoas deixadas de fora”, critica o coordenador do MLB. A intenção é votar o PL em caráter de urgência, segundo enfatiza Wellington Magalhães. “Essas pessoas precisam de dignidade”, defente o vereador.



As informaçães sobre a confusão são desencontradas e chocantes. O estudante de geografia da UFMG Guilherme Marques, de 20 anos, diz que ficou preso em uma sala com seguranças da Casa. “Eles colocaram uma arma na minha cabeça e me bateram. Foi tortura, coisa da ditadura. Só consegui fugir quando a confusão se alastrou”, relata. A auxiliar de serviços gerais, Flaviana Santos, de 32 anos, denuncia  que um segurança a pegou pelo pescoço. “Meu filho viu tudo”, afirma.

O Superintendente da Polícia Legislativa, Coronel Euler Queiroz, garantiu que as imagens serão analisadas com cuidado e todos os responsáveis serão punidos. “A Câmara é a casa do povo e todos são bem-vindos. Mas aqui não é a ‘Casa da Mãe Joana’. Tanto o nosso pessoal quanto os manifestantes têm que ter bom senso. Vamos ver tudo o que aconteceu, há câmeras por todos os lados”, ponderou.

Além de pessoas machucadas, mesas e cadeiras do plenário foram danificadas. Seis viaturas da Polícia Militar e da Guarda Municipal estiveram no local. Os envolvidos fizeram Boletim de Ocorrência (BO) e afirmaram que irão fazer exame de corpo de delito.

Assista momentos da manifestação:

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