Apesar de resgates, Itália conta 268 mortos após terremoto

Agência Brasil
26/08/2016 às 09:35.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:33
 (Claudio Accogli/ EPA/ Agência Lusa)

(Claudio Accogli/ EPA/ Agência Lusa)

Apesar da incessante luta na busca por sobreviventes, subiu para 268 o número de mortos após o devastador terremoto que atingiu a área central da Itália na última quarta-feira (24).

Segundo dados oficiais da Defesa Civil divulgados nesta sexta-feira (26), 208 vítimas estavam em Amatrice, 49 em Arquata del Tronto e 11 em Accumuli.

Os feridos somam 387 - que receberam atendimento nos hospitais de Lazio, Úmbria e Marcas, mas esse número pode ser maior já que há verificações em curso sobre feridos em hospitais menores.

Até o momento, as equipes de busca e salvamento conseguiram resgatar com vida dos escombros 238 pessoas nas três cidades mais atingidas pelo sismo.

"Amatrice precisa ser demolida completamente", disse visivelmente emocionado o prefeito da cidade, Sergio Pirozzi, à Ansa. Segundo o líder político, nenhum prédio do centro histórico poderá ser salvo ou restaurado porque, com exceção de parte da igreja de São Francisco, nada está de pé. "Mas, como falei anteriormente, queremos reconstruir tudo no mesmo lugar, com a mesma forma e a mesma estética", concluiu.

Na região, a terra continua a sofrer com terremotos ou réplicas de intensidade média. Hoje, às 6h28 (hora local), um tremor de 4,8 graus na escala Richter foi sentido em Amatrice, causando novas quedas de estruturas e atrapalhando o trabalho das equipes de socorro.

Segundo dados do Instituto Nacional de Geofísica (INGV), a área central da Itália registrou 57 réplicas na madrugada de hoje, com magnitudes entre 2 e 4,8 graus.

Estado de emergência
O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, decretou estado de emergência nas áreas atingidas pelo terremoto da última quarta-feira (24) e aprovou a destinação imediata de 50 milhões de euros para enfrentar a crise.

Os investimentos se concentrarão nos municípios de Amatrice e Accumoli, no Lazio, e Arquata del Tronto - principalmente o distrito de Pescara del Tronto -, em Marcas, os mais afetados pelo tremor. "A reconstrução daqueles vilarejos é prioridade do governo e do país", declarou Renzi.

Ele ressaltou, no entanto, que a Itália não pode ter apenas uma visão "emergencial", o que sempre ocorre após desastres naturais na península. "Agora é o momento em que, todos juntos, sem divisões políticas, devemos tentar dar um salto de qualidade com um projeto que não seja limitado a emergências", afirmou.

Por causa disso, o primeiro-ministro anunciou o projeto "Casa Itália", uma iniciativa para promover a "cultura da prevenção" e aumentar a proteção da infraestrutura italiana contra abalos sísmicos. "A prioridade imediata é assegurar aos nossos conterrâneos um lugar para dormir", disse ele, acrescentando que os desalojados têm o direito de permanecer no lugar de suas "próprias raízes".

O ministro das Finanças, Pier Carlo Padoan, anunciou um bloqueio dos impostos aos cidadãos das áreas afetadas pelo tremor.

Cultura
Além do grande número de mortes causadas pelo terremoto de quarta-feira (24), há também os danos ao patrimônio histórico italiano. Segundo dados do governo, 293 bens culturais e monumentos foram afetados pelo sismo, dos quais 50 estão severamente avariados.

"Certamente é um número destinado a subir, dada a vastidão da área atingida", afirmou o ministro dos Bens Culturais da Itália, Dario Franceschini. De acordo com ele, a reconstrução das cidades deve respeitar as características de seus centros históricos, mas com proteção contra terremotos.

"Esse é um desafio que devemos enfrentar. Aqueles lugares devem voltar a ser do mesmo jeito que eram há algumas horas", acrescentou.

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