Brasileiros em Boston relatam sobre situação após explosões

Cristina Barroca - Hoje em Dia
15/04/2013 às 21:45.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:51

O brasileiro de Goiânia, Goiás, Eduardo Meireles, é radialista e estava com sua esposa e dois filhos a 300 metros do local da segunda explosão. Muitas pessoas corriam em várias direções, sua família procurou refúgio no estacionamento, mesmo sem saber ainda o que estava acontecendo. A primeira reação de Eduardo foi correr em direção às pessoas atingidas.

"Vi um garoto bem machucado e depois apurei que ele tinha morrido. Vi também muitas pessoas feridas. Os paramédicos trabalharam muito bem e conseguiram controlar logo a situação. Fiquei por lá por uns sete minutos até ser obrigado a me retirar", contou o jornalista.

O radialista também afirmou que ficou assustado e não consegue tirar da cabeça as imagens que viu, mas ainda assim segue esperançoso. "Levei muito susto e as imagens que ficam na mente são fatos que não se apagam fácil. Sobrevivemos ao 11 de setembro e vamos passar por mais essa. Me sinto extremamente seguro. Hoje e pelos próximos dias ninguém entra ou sai de Boston sem ser revistado. Todo cuidado é pouco".

Carlos da Silva, mineiro de Nacip Raydan, na região do Vale do Rio Doce,  trabalha como funcionário público na Secretaria de Trabalho do Estado de Massachusetts e disse que nesta segunda-feira (15) deveriam estar comemorando o Dia do Patriota, mas acabou em luto.

Ele e sua família estão em uma área segura e mais afastada de onde ocorreram as explosões. Carlos relatou que há vizinhos e uma sobrinha que não conseguem voltar para casa e estão vivenciando uma situação de pânico. "O FBI ja considera as explosões como ataque terrorista. Meus vizinhos e sobrinha estão presos nos trabalhos, não podem sair do Centro de Boston", contou preocupado o funcionário público.

O mineiro ainda conta que a recomendação é para ninguém sair. Quem estiver na rua deve se deslocar para casa de imediato. Qualquer um e qualquer coisa podem levantar suspeitas.

Rodrigo Fagundes, brasileiro de Camboriú, Santa Catarina, comenta sobre as últimas orientações que ouviu pelo rádio. "A recomendação é para ficarmos longe das latas de lixo e atentos a bolsas, caixas e embalagems suspeitas."

Rodrigo é pintor em Boston e disse que estava trabalhando quando ouviu de longe uma explosão, um pouco abafada, "parecia uma batida forte de carros".   

Alexandre Spina, paulista, está em Boston há um mês, onde trabalha em uma loja de som automotivo. Ele estava se preparando para realizar um serviço próximo de onde ocorreram as explosões quando percebeu instabilidade na telefonia. Decidiu ligar a TV e foi quando obteve as primeiras informações sobre o ocorrido. Resolveu adiar sua saída de casa.

Spina se sente inseguro e disse que se pudesse, voltava para o Brasil. "A gente começa a se lembrar do horror que foi o 11 de setembro. Eu me sinto impotente aqui, apesar de toda segurança que existe nos EUA. Infelizmente no Brasil a violência está terrível, mas se eu pudesse, voltaria agora", lamenta o brasileiro.

Dois mortos e mais de 100 feridos

As explosões gêmeas perto da linha de chegada da 117ª Maratona de Boston, nesta segunda-feira, mataram duas pessoas e feriram mais de 100, indicaram autoridades e a imprensa.

A Polícia de Boston indicou que duas pessoas morreram, e, de acordo com a NBC News, entre os mortos está uma criança de oito anos.

O Boston Globe informou que pelo menos 115 pessoas tinham sido levadas para sete hospitais das imediações.

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