Estamos salvando setor de aço e alumínio e países terão de ceder, diz Trump

Estadão Conteúdo
11/03/2018 às 08:17.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:48
 (MANDEL NGAN / AFP)

(MANDEL NGAN / AFP)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu, na noite deste sábado (10), sua estratégia de impor tarifas à importação de aço e alumínio. "Estamos salvando o setor de aço e várias siderúrgicas estão abrindo", afirmou, durante discurso na Pensilvânia. "O aço [americano] está de volta e o alumínio está de volta", garantiu. Ele afirmou que várias fábricas nos EUA já anunciaram que estavam expandindo, após o anúncio dele sobre as tarifas, e outras estavam sendo reabertas. De acordo com Trump, os países terão de fazer concessões, caso queiram evitar as tarifas.

O presidente citou o caso do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês), atualmente em renegociação, e disse que, se for produzido um acordo favorável para os trabalhadores dos EUA, não haverá tarifas. Também mencionou a China, que segundo ele impõe 25% de taxa sobre os carros americanos, mas vende os seus com imposto muito baixo. Sobre a União Europeia, também disse que será preciso que o bloco faça concessões para evitar tarifas. "A União Europeia não é inocente, eles são muito duros", argumentou. Para ele, o bloco europeu impõe barreiras artificiais, para brecar a entrada de produtos americanos.

Trump comentou também a situação com a Coreia do Norte. Nesta semana, o presidente americano aceitou uma reunião futura com o líder norte-coreano, Kim Jong-un. O presidente disse que sua estratégia foi um sucesso, já que Washington impôs "sanções muito fortes", o que levou Pyongyang a negociar. "Tivemos um problema durante anos com a Coreia do Norte", disse. Ele afirmou, porém, acreditar na disposição do país asiático em negociar e também elogiou o papel da China, embora tenha feito uma ressalva a Pequim. "O presidente Xi Jinping, da China, nos ajudou muito. Poderiam fazer mais, mas está bem."

O líder americano criticou a estratégia para a Coreia do Norte de seus antecessores. Ele lembrou do acordo que Bill Clinton (1993-2001) chegou a fechar com o país, mas disse que isso não impediu os norte-coreanos de continuar secretamente a fortalecer seus programas de armas e nuclear. "Clinton deu bilhões e no dia seguinte eles começaram a construir mais mísseis."

Ele ainda disse que o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, agradeceu seu trabalho diplomático antes dos Jogos Olímpicos de Inverno em relação a Pyongyang. Também avaliou que foi bonita a união entre as Coreias, no evento esportivo.

O presidente americano citou o caso do México e voltou a dizer que o país pagará o muro na fronteira. Segundo ele, o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, exigiu durante um telefonema que ele recuasse da demanda, o que ele disse que não faria. "Nós vamos construir o muro e temos que fazer isso."

Trump criticou a imprensa, durante o discurso. Segundo ele, o anúncio de que haverá a reunião com Kim nas primeiras horas foi recebido de maneira "incrível" pela mídia americana, mas no dia seguinte vários jornalistas minimizaram o fato. O presidente citou especificamente a CNN - "falsa como o diabo, é a pior" -, a MSNBC e a NBC. Sobre esta última, disse que era maltratado apesar da audiência e do dinheiro que trouxe para ela durante a época em que fazia o reality show O Aprendiz.

Durante sua fala, Trump chegou a criticar também colegas de Partido Republicano. De acordo com ele, o presidente George W. Bush (2001-2009) "nos colocou no Oriente Médio" e os EUA teriam gasto US$ 7 trilhões nos conflitos na região nos últimos anos. Trump disse que desde sua posse o quadro melhorou e o Estado Islâmico já perdeu 98% do território de seu califado.

Trump afirmou que "adoraria" concorrer com a apresentadora Oprah Winfrey. "Sei a fraqueza dela", comentou, sem dar detalhes. Uma campanha concorrendo com ele "seria uma experiência dolorosa para ela", disse. O presidente ainda reivindicou seus números na economia, com "os maiores cortes de impostos na história" e a criação de "3 milhões de empregos" desde a eleição. Ele disse também que o modelo de sistema de saúde da época do presidente Barack Obama, o chamado Obamacare, foi "esvaziado" com as mudanças feitas pela atual administração.
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