Grandes protestos na terceira greve geral da educação na Espanha

AFP
24/10/2013 às 21:04.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:37

MADRI - Dezenas de milhares de estudantes, pais e professores participaram de um protesto nesta quinta-feira (24) na Espanha em um dia de greve geral no setor contra uma polêmica reforma do sistema educacional aprovada recentemente pelo Congresso. "Nem um passo atrás, contra as reformas, greve geral", gritavam os manifestantes em Madri, onde, apesar da chuva, uma multidão participou de uma passeata até a sede do Ministério da Educação.   Em Barcelona, o protesto reuniu entre 30 mil pessoas, segundo a Polícia, e 170 mil, de acordo com os organizadores, enquanto outras milhares protestaram em cerca de cinquenta cidades espanholas. Esta é a terceira greve geral do setor de educação desde a chegada ao poder do governo conservador de Mariano Rajoy, no final de 2011. Os manifestantes exigem a saída do ministro da Educação, José Ignacio Wert.   Estudantes, pais e funcionários da educação se queixam dos cortes de gastos no ensino público e de uma polêmica lei com a qual o governo pretende melhorar a qualidade da educação na Espanha.   A secretária-geral do Sindicato dos Estudantes (SE), Ana García, denunciou uma lei que "é uma tentativa de voltar às cavernas educativas do franquismo", apontando principalmente para o aumento das taxas universitárias e para a separação dos alunos de acordo com seus resultados no momento da entrada no ensino profissionalizante ou no ensino superior.   "Esta lei só favorece aqueles que têm dinheiro para pagar os estudos e desfavorece os outros", disse indignada em Madri Laura Gallardón, uma estudante de Publicidade, de 19 anos, que viu o preço de sua mensalidade subir 600 euros em dois anos.   "Não me agrada a introdução do ensino religioso como quase obrigatório. Também não gosto da redução dos salários dos funcionários da educação", afirmou Margarita Uría, mãe de dois filhos que denuncia que as salas de aula de ambos, que tinham 28 alunos, passaram a ter 40 em apenas dois anos.   Os sindicatos denunciam a demissão de 25 mil professores nos ensinos primário e secundário, de 4.600 no universitário e de cerca de 1.600 funcionários administrativos.   Dedicando-se a um programa para reduzir o déficit público, o governo conservador fez um corte de mais de 3 bilhões de euros no orçamento destinado à educação, passando de 50,7 bilhões em 2011 para 47,3 em 2012, mantendo o investimento este ano (47,2 bilhões em 2013).

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