Rebelde da RD Congo requerido pelo TPI estaria em Ruanda

AFP
17/03/2013 às 13:22.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:58

KINSHASA - O governo da República Democrática do Congo afirmou neste domingo (17) que Bosco Ntaganda, um líder rebelde temido e buscado pelo Tribunal Penal Internacional por uma série de atrocidades, fugiu para a vizinha Ruanda, mas Kigali desmentiu as alegações.

"Ele cruzou (a fronteira) no sábado... ele está em Ruanda hoje", afirmou o porta-voz do governo da RD Congo, Lambert Mende, à AFP.

Ntaganda, um ex-general apelidado de "O Exterminador", amplamente visto como o instigador da rebelião dos grupos M23 contra Kinshasa no ano passado, é exigido pelo TPI por crimes de guerra e crimes contra a humanidade, incluindo estupro, morte e recrutamento de crianças-soldado.

Kinshasa exigiu que Kigali se recuse a conceder asilo a Ntaganda, nascido em Ruanda e que, segundo Mende, cruzou a fronteira junto com diversos combatentes de uma facção do agora dividido M23.

A vizinha Ruanda foi acusada por Kinshasa e pelas Nações Unidas de planejar, armar e até comandar a rebelião M23 na região rica em recursos do leste do Congo, o maior país da África Central.

As disputas entre o M23 e as forças congolesas na província de Kivu do Norte deixaram cerca de 500.000 deslocados desde maio do ano passado, de acordo com a agência de refugiados da ONU. Mais de 25.000 congoleses fugiram para Ruanda, segundo autoridades de Kigali.

Mas Ruanda rejeitou as alegações de Kinshasa de que Ntaganda esteja em seu território.

"Lambert Mende já pensou diferente alguma vez? Sério!", afirmou a ministra das Relações Exteriores de Ruanda, Louise Mushikiwabo, em uma mensagem de texto enviada em francês.

Quando perguntada se estava negando que Ntaganda estivesse em Ruanda, ela disse que seu comentário foi claro.

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