Tamerlan Tsarnaev manteve contato com islamitas mortos

AFP
29/04/2013 às 16:46.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:15

MAKHATCHKALA - O mais velho dos irmãos Tsarnaev, acusados dos atentados de Boston em 15 de abril, manteve contato com islamitas do Cáucaso mortos pelas forças russas, anunciou nesta segunda-feira (29) um membro do serviço secreto russo em Makhatchkala, capital do Daguestão.

Tamerlan Tsarnaev, de 26 anos, morto durante uma troca de tiros com a polícia, manteve contato com um militante islâmico do Daguestão, Makhmud Nidal, e com um canadense de origem russa, William Plotnikov, ambos assassinados em 2012 em duas operações distintas, indicou a fonte à AFP.

Tamerlan Tsarnaev chamou a atenção do serviço secreto russo (FSB) pela primeira vez em meados de março, quando foi visto em companhia de Makhmoud Nidal, identificado na época pelo FSB como membro de um grupo islamita armado, para o qual recrutava jovens.

Tamerlan havia viajado ao Daguestão oficialmente para renovar o seu passaporte.

Tsarnaev e Nidal foram vistos quatro vezes juntos em uma mesquita de Makhatchkala onde se reúnem fundamentalistas islâmicos.

O FSB começou a preparar um dossiê sobre Tamerlan em maio de 2012, após a morte de Makhmoud Nidal em um confronto com as forças de ordem em Makhatchkala, segundo a mesma fonte.

O FSB chegou a pedir informações ao FBI, mas não obteve resposta, de acordo com a fonte.

Tamerlan também manteve contato com William Plotnikov, morto em julho de 2012 durante confrontos com a polícia no Daguestão.

A inteligência russa descobriu que William Plotnikov e Tamerlan haviam participado de competições de boxe no Canadá em ao menos duas ocasiões e mantinham contato pela rede social Vkontakte, o equivalente russo do Facebook.

Segundo o jornal russo Novaïa Gazeta, que publicou nesta segunda-feira informações sobre as relações entre Tsarnaev e Plotnikov, este se converteu ao Islã no Canadá.

Os irmãos Tsarnaev, que viveram no Quirguistão e no Cáucaso russo, emigraram no início dos anos 2000 para os Estados Unidos com seus pais, mas nunca cortaram os laços com o Daguestão, onde sua mãe nasceu.

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