Número de dívidas atrasadas em BH no mês de junho é o maior dos últimos quatro anos em BH

Raul Mariano
rmariano@hojeemdia.com.br
26/07/2016 às 11:48.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:01

Viver ficou mais caro em Belo Horizonte, não faltam números para provar. O orçamento das famílias tem sido cada vez mais pressionado e levado consumidores a acumular dívidas. Dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) apontam que, em junho, o número de dívidas em atraso na capital aumentou 6,28% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. O crescimento é o maior dos últimos quatro anos, para essa mesma base de comparação. 

Os vilões são velhos conhecidos. A inflação que corrói a renda do trabalhador e os juros que estão entre os mais altos do mundo. No mês passado, o empréstimo rotativo do cartão de crédito bateu em 447% ao ano, segundo a Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac). 

Para o vice-presidente da CDL/BH, Marco Antônio Gaspar, explica que devido ao aumento do custo de vida as famílias estão com mais dificuldades em equilibrar seu orçamento. “A inflação acaba reduzindo a renda dessas pessoas. E como reflexo, o consumidor entra em uma situação financeira onde sua renda é insuficiente para cobrir todas as despesas da casa”, afirma. “O que também contribuiu com o acúmulo dessas dívidas foi à elevação da taxa de juros. Pois a cada dia de atraso o débito fica mais caro, fator que enfraquece a capacidade de pagamento dos belo-horizontinos”, completa.

Homens

Em junho, os homens foram responsáveis pelo maior crescimento das dívidas em atraso na capital (6,31%), na comparação com o mesmo mês de 2015. Esse índice ficou em 5,63% entre as mulheres. Segundo o vice-presidente da CDL/BH o público masculino geralmente é responsável pelas compras de maior valor agregado. “Com a piora dos indicadores econômicos, esses consumidores precisam ficar mais atentos ao planejamento financeiro para evitar o acúmulo das dívidas”, explica.

Por faixa etária, os idosos registraram a maioria (30,57%) das dívidas em atraso em junho frente ao mesmo período do ano anterior. Para Gaspar, a combinação de aumento dos gastos com planos de saúde e remédios e da redução na renda devido à aposentadoria tem levado muitos consumidores acima dos 65 anos a acumular débitos.

Inadimplentes 

Já o número de pessoas inadimplentes na capital cresceu 5,62% em junho, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. O aumento é o maior dos últimos quatro anos, para essa mesma base de comparação. O vice-presidente da CDL/BH acredita que essa alta da inadimplência é o reflexo da piora dos indicadores econômicos e, sobretudo da deterioração dos níveis de emprego. “Com a perda da renda mensal, o consumidor que não planejou suas finanças acaba tendo mais dificuldades em equilibrar seu orçamento”, afirma.

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