(Mikhail Mordasov)
Os serviços de resgate continuavam encontrando corpos neste domingo em Krymsk, uma região do sudoeste de Rússia, onde uma inundação deixou mais de 150 mortos e, ante o descontentamento dos habitantes do lugar, o presidente Vladimir Putin ordenou uma investigação e ajudas imediatas.
O comitê de investigação local, citado pela agência de notícias russa Interfax, disse que foi encontrado neste domingo (8) o corpo de uma menina de oito anos.
Com este já são 152 os mortos, 140 dos quais nesta pequena cidade e em seus arredores, situados nas próximidades do Mar Negro, sendo essa a área mais afetada pelas chuvas torrenciais e cheias na sexta-feira (6) à noite.
Nove corpos foram encontrados desde que começou a inundação na estação balneária de Gelendjik e o balanço foi elevado para três mortos no porto vizinho de Novorossiisk, o mais importante da costa russa do Mar Negro.
A imprensa e os resgatistas do local temiam que a lista de falecidos aumentasse à medida que a água retrocedia e que os serviços de resgate avançavam em seu trabalho.
"Abrimos as casas: cadáveres", explicou pela noite o prefeito de Krymsk, Vassili Kroutko, que esteve reunido com o presidente Vladimir Putin.
Putin decretou um dia de luto nacional em 9 de julho.
A zona apresentava neste domingo uma paisagem de desolação, com árvores ou partes de casas caídos ou veículos tombados.
"Tiramos os escombros como pudemos, ainda não recebemos nenhuma ajuda", disse à AFP a habitante local, Irina Morgounova.
Segundo as autoridades locais mais de 12.000 habitantes e 4.000 vivendas foram afetadas pelo desastre neste distrito, que conta com 60.000 habitantes.
As chuvas pegaram os habitantes desprevenidos, mas muitos russos dizem que tantas mortes podem ser o resultado de uma comporta aberta num reservatório de água. As autoridades negam essas afirmações.
Choveu em Gelendzhik em 24 horas o correspondente a cinco meses, segundo a administração local.
Em Novorossiisk, o maior porto da Rússia no Mar Negro, as chuvas de 24 horas corresponderam a dois meses.
Uma célula de emergência foi formada para tentar colocar a situação sob controle, segundo um funcionário do porto, Mikhail Sidorov."Em alguns lugares, o nível da água atingiu um metro e meio", afirmou.
Segundo as autoridades locais, mais de 12.000 habitantes e 4.000 moradias foram afetadas pelo desastre neste distrito que conta com uma população de 60.000 pessoas.
O presidente Vladimir Putin, cuja residência de verão se encontra a 200 km ao sul, próximo à estação balneária de Sotchi, se dirigiu ao local no sábado (7) à noite.
"É como um tsunami!", disse o presidente, que observou a região inundada de Krasnodar de helicóptero junto ao governador, Alexander Tkatchev.
Muitos habitantes afirmaram que não foram advertidos e que foram pegos de surpresa pela inundação à noite, entre 02H00 e 04H00 da madrugada de sábado.
Putin prometeu uma ajuda financeira para as moradias destruídas e indenizações, da ordem de 2 milhões de rublos (50.000 euros) para cada família.