Ney Matogrosso é celebrado por artistas

Estadão Conteúdo
21/07/2017 às 08:39.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:40
 (uns comunicação/divulgação)

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"Acorda, vem olhar a lua", cantou Ney Matogrosso, para iniciar a cerimônia do 28.º Prêmio da Música Brasileira, realizado na noite desta quarta-feira, 19, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Ney, o grande homenageado da festa, cuja vida e obra seriam esmiuçadas ao longo da noite, prestou ele, na sua primeira aparição naquele palco histórico, o seu próprio tributo, ao cantar Melodia Sentimental, de Heitor Villa-Lobos, gravada por ele em álbum de 1997.

Nessa inversão dos papéis, Ney trouxe alguma graça para uma noite morna e por vezes confusa capitaneada pelas apresentadoras Zélia Duncan e Maitê Proença, responsáveis por contar a história do cantor, apresentar os vencedores das diferentes categorias e introduzir os artistas que interpretariam canções imortalizadas pela voz e presença inigualável de Ney Matogrosso.

E se o Prêmio da Música Brasileira, feito na camaradagem e sem cachê, mostrou algo, foi o monstro que Ney é quando está no palco. Chico Buarque, acanhado, mais suspirou do que cantou As Vitrines, uma música dele já gravada pelo intérprete homenageado na noite.

Sóbrio, Ney Matogrosso brilhou pelo talento puro, sem penduricalhos visuais. Preferiu vestir-se de preto, distante do figurino colorido e brilhante da atual turnê Atento Aos Sinais. Na noite criada para celebrar um artista que por inúmeras vezes desafiou conceitos socioculturais, o único momento que se aproximou disso ocorreu quando Alice Caymmi e Leila Garin, convocadas para cantar Bomba H, beijaram-se ao fim da canção.

Como uma cerimônia criada para premiar os melhores da música nacional do último ano, o prêmio foi justo ao celebrar a obra de alguém que, por vezes, fica escondido. Letieres Leite, fenomenal à frente da Orkestra Rumpilezz, sagrou-se como o maior vencedor da noite. Foram três prêmios entregues ao soteropolitano, coroado como melhor arranjador, melhor grupo e dono do melhor disco instrumental, A Saga da Travessia.

PRINCIPAIS VENCEDORES

- Álbum de MPB
‘The Bridge’ (Lenine e Martin Fondse Orchestra)

- Melhor grupo de MPB
MPB4 (‘O Sonho, a Vida, a Roda Viva!’)

- Melhor canção
‘Descaração Familiar’
(Tom Zé)

- Revelação
BaianaSystem (‘Duas Cidades’)

- Álbum de canção popular
‘Elza Canta e Chora Lupi’ (Elza Soares)

- Álbum de pop, rock, funk, hip-hop e reggae
‘Canções Eróticas de Ninar’ (Tom Zé)

- Grupo de pop, rock, funk, hip-hop e reggae
BaianaSystem (‘Duas Cidades’)

- Álbum de samba
‘Samba Original’ (Pedro
Miranda)

- Álbum instrumental
‘A Saga da Travessia’ (Letieres Leite e Orkestra Rumpilezz)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.Leia mais:
Ney Matogrosso: 'Falei sempre a verdade. Não tenho rabo pra ninguém pisar'

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