Norte do Estado conseguiu atrair empresas e gerar empregos mesmo na crise

Janaína Oliveira
joliveira@hojeemdia.com.br
28/08/2016 às 09:18.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:35
 (Divulgação)

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Na contramão da crise, o Norte do Estado surge como uma ilha de oportunidades. Segundo o levantamento Indicadores Industriais (Index), feito pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o faturamento das empresas instaladas na região cresceu 44% no primeiro semestre deste ano, na comparação com os primeiros seis meses de 2015. No mesmo período, o parque industrial em Minas amargou queda 11,9%. 

Considerando-se o total de horas trabalhadas pelo pessoal empregado na produção, as indústrias no Norte registraram crescimento de 38% no primeiro semestre de 2016, ante janeiro a junho do ano passado. Enquanto isso, na média mineira, houve recuo de quase 6%. 

Outro indicador que mostra a pujança da área é o emprego, com aumento de 3,5% no período. Em Minas, a retração nas vagas chegou a 9,8%. 
Segundo o boletim regional da Fiemg, a indústria da região Norte vem apresentando melhora gradual ao longo de 2016, evidenciada pelo aumento na maioria dos indicadores no acumulado do ano, bem como nas demais bases de comparação. 

“O faturamento registrou elevação expressiva no semestre, decorrente em parte do aumento nas vendas nacionais e nas exportações. Também ajudou bastante o fato de uma grande empresa do setor metalúrgico, na cidade de Pirapora, ter retomado as atividades neste ano, após uma paralisação na produção no ano passado”, diz a economista da Fiemg Annelise Fonseca. 

Receita
Para o gerente da regional da Fiemg no Norte de Minas, Ézio Darioli, o incremento na receita está ligado ao maior polo industrial da região, no município de Montes Claros. 

“A cidade tem como característica uma diversidade no parque industrial, o que possibilita um equilíbrio nos resultados. Além disso, grandes empresas chegaram e outras estão em fase de implantação”, diz. 

Com aporte de aproximadamente R$ 100 milhões, a Três Corações vai inaugurar no município uma unidade produtora de cápsulas de café. A empresa deve começar a funcionar no primeiro semestre de 2017. 

“Montes Claros será a capital latino-americana do café encapsulado”, diz o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Reinaldo Landulfo. 

Com investimentos de mais de R$ 200 milhões, segundo Darioli, a fábrica de cápsulas da marca Nescafé Dolce Gusto abriu as portas em Montes Claros em dezembro do ano passado. O empreendimento, que gera cerca de 130 empregos, é o primeiro da marca em uma localidade fora da Europa. 

Montes Claros ganha unidade da Hipolabor
A chegada da Hipolabor, maior fabricante de medicamentos injetáveis do país, cuja unidade está em fase de implantação, abre novas perspectivas na região Norte do Estado. A estimativa é a de que aproximadamente R$ 100 milhões sejam investidos na unidade de Montes Claros. 

Quando finalizada, a fábrica será constituída de um centro de distribuição e de uma indústria de remédios genéricos injetáveis e sólidos para uso hospitalar. Serão gerados 500 empregos diretos, além de pelo menos outros 300 indiretos.

Alavanca
Segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Reinaldo Landulfo, os empregos na indústria são de qualidade e alavancam outros setores, como comércio e serviços e construção civil. 

Landulfo diz que a escolha da cidade como sede leva em conta os incentivos fiscais municipais e estaduais e a localização estratégica, já que Montes Claros é cortada por três rodovias federais. “Nosso objetivo é ampliar e diversificar ainda mais nossa indústria. Já temos o projeto para o segundo distrito industrial da cidade, com mais de 20 pequenas e médias empresas interessadas, além de um estudo pronto para a criação do porto seco no município, com negociações em processo adiantado”, afirma o secretário. 

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