Nova febre em BH, grupos do WhatsApp compartilham descontos de até 70%

Lucas Borges
lborges@hojeemdia.com.br
12/01/2018 às 20:36.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:44
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Em um cenário de crise e aperto financeiro, grupos de descontos no WhatsApp estão “bombando” em Belo Horizonte. Membros dessas comunidades virtuais podem ter abatimento de 5% a 70% no preço de produtos ou serviços oferecidos pelas empresas que anunciam no aplicativo.

Na capital mineira, diversos grupos compartilham as pechinchas. Geralmente, a comunidade começa com pessoas interessadas em fazer compras coletivas e conseguir preços mais em conta. Atentas ao novo nicho, empresas contactam o gestor do grupo para anunciar promoções.

Administradora de nove grupos de WhatsApp com essa finalidade, Bruna Gonzaga explica que a iniciativa surgiu da união de 40 mães que buscavam melhores preços para o material escolar. O grupo cresceu e chamou a atenção de livrarias e papelarias.

O sucesso foi tamanho que outras empresas, de diferentes setores, se interessaram e procuraram Bruna para anunciar produtos nos grupos, que hoje já somam mais de 2.500 membros.

A grande demanda fez com que a gestora criasse uma maneira de identificar os membros. Para participar, o interessado deve ser indicado por outro integrante e, em seguida, solicitar uma carteirinha, que custa R$30 e vale por um ano.

Por solicitação das próprias empresas, somente os membros com carteirinha têm acesso aos descontos. “Para os clientes é uma forma de ter acesso a descontos de até 70% em produto ou serviço, o que sozinhos eles não teriam. São vários benefícios, como voucher e sorteios”, diz Bruna.

Vantagem

Já os anunciantes ganham com a divulgação que o aplicativo oferece. “Para as empresas, a principal vantagem é fazer uma boa propaganda sem custo. O WhatsApp é muito eficaz, acaba virando o boca-boca e divulgando muito rápido”, afirma.

A papelaria e livraria Bikas, no bairro São Pedro, é uma das empresas que utilizam os grupos do WhatsApp. A loja oferece condições especiais e descontos a partir de 5% para os clientes membros da comunidade virtual.  Gerente do estabelecimento, Bruno Ferreira destaca o aumento da clientela a partir dos anúncios no aplicativo. 

Popularidade

“A gente ganha um número maior de clientes. Atendemos consumidores até de Nova Lima, que, teoricamente, é um cliente que não seria da minha área. Damos um desconto bom, mas também conquistamos mais fregueses. Ampliamos o leque e os lucros”, diz.

Responsável por gerenciar os pedidos feitos pelos aplicativos e celular, Daniel Ferreira destaca o êxito do serviço.
“Nesse período a busca aumenta muito. O movimento é o dia inteiro. Muita gente vê o anúncio no grupo e nos procura. Muitos gostam de encomendar direto pelo telefone”, diz.

No caso da chef de cozinha Luana Braga, que é especialista em alimentos e marmitas fitness, a importância dessa divulgação nos grupos é essencial.

“Os anúncios são mais de 90% das minhas vendas. Até hoje não precisei fazer nem panfleto para distribuir na cidade. Minhas vendas são todas on-line. Meu sustento sai desses grupos de WhatsApp”, conta.

Um dos mais tradicionais bufês infantis da capital, a Casa do Sol é outra empresa que utiliza do expediente dos grupos para atrair os clientes. Nos meses de dezembro de 2017 e janeiro de 2018, a empresa ofereceu 10% de desconto, mais cerveja grátis, para os membros do grupo que contratassem os serviços oferecidos pela casa. Novas promoções serão lançadas em breve.


Gestores já pensam em fazer da tarefa uma nova profissão

O crescente aumento na procura pelos grupos de desconto no WhatsApp traz a reboque a possibilidade de uma nova profissão ou meio de aumentar a renda.

Na grande maioria das vezes, os gestores dessas comunidades virtuais têm outra ocupação principal em paralelo à administração dos grupos nas redes sociais. Segundo empresas e administradores, por enquanto, o ganho é limitado a permutas.

“Não tenho uma remuneração fixa. Apesar de desprender grande tempo para administrar o grupo, o máximo que acontece é eu receber algum tipo de permuta, a partir de uma parceria com uma empresa que anuncia no grupo”, diz a administradora de empresas e de grupos Bruna Gonzaga, que luta para conciliar o emprego fixo com o gerenciamento das comunidades virtuais.

Com o aumento do volume de trabalho, Bruna revela que vem pensando em uma forma de conseguir alguma renda com a atividade voltada para os aplicativos. “Criei o grupo para ajudar, mas, agora, com essa grande procura, penso em criar um site e, a partir disso, formalizar uma forma de gerar renda com os anúncios”, diz.

Mães no Facebook

Paralelo aos grupos de descontos no WhatsApp, uma comunidade de mães formou um grupo no Facebook. Além da divulgação de ofertas e promoções de artigos para bebês, como roupas, carrinhos e até berço, as mulheres buscam a troca de experiências sobre a maternidade.

Uma das moderadoras, a empresária Luciene Lisboa explica quais as principais motivações da iniciativa. “É um grupo secreto, só entra com indicação. Temos várias parcerias, com empresas de todos os ramos, o que é ótimo. Mas o principal objetivo é trocar informações”, diz.

A empresária revela que as parcerias funcionam em forma de permuta ou pagamento, que é destinado para quem fechou o negócio e para ações sociais promovidas pela comunidade. Atualmente, o grupo conta com mais de 12 mil membros.

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