Operação Mar de Lama agora foca o setor de transportes de Governador Valadares

Da Redação
primeiroplano@hojeemdia.com.br
21/06/2016 às 11:18.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:59
 (Leonardo Morais/Hoje em Dia)

(Leonardo Morais/Hoje em Dia)

Após a Justiça aceitar integralmente as denúncias das quatro primeiras fases da Operação Mar de Lama, que implicaram 36 pessoas em um esquema de desvio de dinheiro público, uma nova fase foi deflagrada na manhã desta terça-feira (21). A quinta fase tem como foco, agora, o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários de Governador Valadares.

A força-tarefa, que investiga o desvio de recursos públicos que deveriam ser aplicados em medidas emergenciais após as fortes chuvas que assolaram a cidade em 2013, cumpriu dois mandados de prisão preventiva e três mandados de busca e apreensão. O presidente de sindicato, além de ter contra si um mandado de prisão, ainda foi afastado da função e teve seus bens bloqueados.

Nas buscas realizadas na 3ª fase da operação, no dia 19 de maio, foram arrecadadas provas que demonstram pagamentos indevidos envolvendo empresa de transporte coletivo e o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários de Governador Valadares (Sinttro/GV). Os motivos dos pagamentos seriam a realização de acordos escusos em processos trabalhistas envolvendo funcionários da empresa, assim como possível pressão ao município para realizar o aumento das passagens do transporte público.

A investigação "Mar de Lama" começou em 2013, mas foi deflagrada, em duas fases, em abril deste ano. Até o momento, 26 servidores foram afastados das funções, sendo que 13 deles são vereadores.

Segundo a PF, um grupo foi instalado no Executivo do município e no Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) da cidade, composto por agentes públicos do alto escalão da administração pública municipal e financiado por empresários contratantes com o serviço público.

O nome da operação se refere aos alagamentos causados pelas chuvas torrenciais que atingiram a cidade de Governador Valadares e causaram grande destruição ao município, no terceiro trimestre de 2013. Os desvios teriam ocorrido, então, nas obras para recuperar a cidade dos impactos das chuvas.

As investigações começaram em 2013 quando o Ministério da Integração Nacional repassou R$ 4,5 milhões à cidade para ajudar a recuperar vias e canais destruídos pela chuva.

Como os crimes praticados também envolveram recursos estaduais e municipais manteve-se na Justiça Federal apenas aqueles praticados na execução de convênios custeados com recursos federais, encaminhando-se para a seara estadual os demais. “Assim, o MPMG, após a realização de diversas diligências complementares, entre elas prisões cautelares, mandados de busca e apreensão, afastamento de cargo público, bloqueio de valores e sequestro de bens, é o responsável pelo oferecimento destas denúncias”, esclarece o coordenador do Gaeco de Governador Valadares, promotor de Justiça Evandro Ventura.

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