Os 10 mandamentos para comprar bem um carro usado

Marcelo Ramos
miramos@hojeemdia.com.br
03/03/2017 às 20:44.
Atualizado em 16/11/2021 às 00:48

Comprar um automóvel zero quilômetro se tornou um sonho distante para a grande maioria dos brasileiros. Daí os usados voltaram a ser uma opção para não ficar a pé. Mas é preciso cuidado antes de bater o martelo, pois sempre há o risco de se levar gato por lebre. Vendedores recomendam que o comprador pesquise a procedência do automóvel. Saber detalhes sobre o histórico – se já se envolveu em acidentes ou até mesmo se sofreu perda total – é uma forma de se prevenir contra uma péssima compra que, além de comprometer a segurança de motorista e passageiros, na hora da revenda será um verdadeiro tormento. Avaliadores identificam facilmente quando um carro já sofreu uma pancada forte. 

Condições de lataria, motor e suspensão também devem ser levadas em conta. Até os pneus devem passar por análise criteriosa. Afinal, trocar um jogo logo após a compra pode ser um gasto alto em um momento de poucos recursos. Confira alguns critérios que merecem atenção.

Acabamento
Uma das técnicas mais comuns para confundir o comprador, alegando que se trata de um automóvel novo, é voltar o hodômetro. E, com os relógios digitais, o processo é ainda mais simples. No entanto, prestar atenção ao estado de conservação dos forros dos bancos, tecido dos painéis das portas, volante e alavanca de câmbio pode denunciar o quanto o carro já rodou. Volante e pomo da alavanca descascados são comuns em automóveis com mais de 60 mil quilômetros. Antes disso eles não costumam a apresentar tal deterioração. Estofamento puído e rasgado, ou pedais gastos, também podem indicar que o carro já trafegou mais do que o hodômetro indica.

Motor
Conferir as condições gerais do motor é tarefa para um profissional especializado. Não basta levantar o capô e admirar os componentes. É muito comum que o vendedor mande dar uma limpeza geral no motor para imprimir uma aparência mais agradável, que remove até mesmo manchas de óleo nas juntas de cabeçote e cárter. No entanto, somente um mecânico consegue perceber possíveis falhas e desgastes quando funciona o propulsor. Ao acelerar, fumaça esbranquiçada indica que o óleo lubrificante está invadindo as câmaras de compressão, o que indica que há desgaste nos anéis de segmento, pistões ou camisas do cilindro, ou seja, em breve será necessário abrir o motor.

Direção
Folga na direção é sinal de desgaste nos componentes do conjunto, como o eixo homocinético, por exemplo. Quando se faz uma curva e se deixa o volante livre, geralmente ele tende a realinhar com a carroceria. Caso isso não aconteça é porque as coifas estão danificadas.

Amortecedores
Nada de balançar o para-lamas para verificar o estado dos amortecedores. Esses componentes são projetados para conduzir a carroceria para sua altura original, após a compressão das molas. Dessa forma, suportam cargas muito maiores que o peso do próprio carro. No entanto, alguns fatores podem dizer se os itens estão desgastados, como vazamento de fluido, que indica que estão com defeito.

Leia mais:

Alinhamento
Dica para saber se o automóvel sofreu forte colisão lateral, que empena a coluna central da carroceria e perda total do veículo: passar sobre um piso molhado e rodar alguns metros. Em seguida, desça e confira se as rodas traseiras passaram sobre o mesmo local das dianteiras. Se houver mais de duas marcas de rodagem é sinal de que há desalinhamento do eixo traseiro.

Lataria
A maioria dos mecânicos e revendedores de usados aponta que a lataria é o principal tópico a ser observado, pois dificilmente os reparos conseguem fazer com que as partes voltem ao seu estado original. Observe se há diferenças de tonalidade de pintura, que podem indicar que o automóvel já se envolveu em alguma colisão. Pequenos detalhes, como arranhões e pequenos amassados, que muitas vezes têm aspecto ruim, indicam que a lataria não sofreu retoques. Observe o alinhamento das portas, tampa do porta-malas, capô e para-choques. Confira também o bagageiro e cofre do motor. Nesses pontos é praticamente impossível refazer os pontos de solda de fábrica.

Buchas e batentes
São componentes baratos, mas que, se não forem substituídos quando desgastados, podem comprometer demais itens da suspensão. Sua vida útil varia de acordo com o tipo de aplicação do automóvel, mas geralmente suportam mais de 40 mil quilômetros. Carros novos com buchas estouradas é sinal de que teve um uso severo em pisos de baixa qualidade. Para saber se estão em boas condições, basta rodar em piso de calçamento e prestar atenção se há leves trepidações.

Pneus
A vida útil dos pneus pode chegar a 50 mil quilômetros, dependendo da maneira de uso e se o proprietário faz as devidas manutenções de alinhamento e o rodízio. Pneus novos em um automóvel de 30 mil quilômetros é sinal de que já foram trocados e de que o hodômetro pode ter sido adulterado.

Documentação e análise de histórico
Antes de mais nada, confira se a documentação do automóvel está em dia e se há multas. O histórico de multas pode dizer muito sobre o comportamento do antigo proprietário. Hoje há serviços, via internet, que permitem saber se o automóvel já sofreu sinistro. As análises custam cerca de R$ 50, mas é uma ninharia para evitar que se compre um carro salvado.

Enchente
Com as cidades cada vez mais impermeabilizadas, é muito comum se deparar com vítimas de enchentes nos pátios das agências. Uma dica simples é verificar se há pontos de ferrugem nos encaixes das borrachas de vedação, sob o carpete e na caixa de fusíveis. Se tiver oxidação nesses locais é sinal de o carro pode ter sido engolido por uma inundação, que pode comprometer todo o circuito elétrico e provocar deterioração dos painéis da carroceria.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por