Papa Francisco canoniza no Vaticano os primeiros mártires do Brasil

Estadão Conteúdo
15/10/2017 às 07:39.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:13
 (TIZIANA FABI / AFP)

(TIZIANA FABI / AFP)

Cerca de 500 peregrinos, incluindo delegações oficiais da Igreja e do governo federal, vieram a Roma para assistir, na manhã deste domingo (15), à cerimônia de canonização dos 30 santos de Cunhaú e Uruaçu, martirizados em julho e outubro de 1645, durante a ocupação holandesa no Rio Grande do Norte.

Presidida pela ministra-chefe da Advocacia-Geral da União Grace Mendonça, a delegação do governo tem 45 membros, incluindo o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD), e parlamentares. A comitiva viaja em avião da Força Aérea Brasileira (FAB), que fez escala em Natal para o embarque de convidados. O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), preferiu viajar em um avião de carreira.

O papa Francisco fez a canonização durante missa celebrada na Praça de São Pedro, com início às 10h15 (6h15 no Brasil, pelo horário de verão).

Dos 30 mártires de Natal canonizados na Praça de São Pedro, no Vaticano, 28 eram brasileiros natos. Dois dos novos santos eram estrangeiros - padre Ambrósio Francisco Ferro, português dos Açores e João Lostau Navarro, francês. Como viviam no Rio Grande do Norte, são considerados brasileiros. Com exceção dos dois padres, todos eram leigos.

Aliados dos colonos portugueses, que lutavam para retomar o Nordeste dos invasores holandeses, os mártires foram vítimas de massacres em 1645. Foram mais de 150, mas a Igreja só está canonizando os 30 que puderam ser identificados pelo nome ou por referências fidedignas, como parentes ou amigos daqueles que puderam ser reconhecidos. Entre eles, havia crianças que foram trucidadas nos braços das mães.

Os santos do Rio Grande do Norte foram martirizados um ano e dois meses depois de o Conde Maurício de Nassau, governador de Pernambuco e capitanias vizinhas, ter voltado para a Europa, em maio 1644. Com sua saída, os invasores holandeses, na maioria calvinistas, proibiram celebrações e reuniões nas igrejas. Exigiram ainda que os católicos renegassem a fé e se convertessem para não serem mortos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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