Paralisação nos bancos não isenta de multas

Giulia Mendes - Hoje em Dia
17/10/2015 às 07:48.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:05

Quem tem boletos atrasados ou depende de outros serviços que só podem ser feitos em agências bancárias de Belo Horizonte e de mais de 50 cidades do Estado terá que buscar soluções alternativas ou arcar com prejuízos e transtornos até o encerramento da greve dos bancários, que entra neste sábado (17) no 12º dia e parece estar longe do fim. A adesão ao movimento já atinge 54% das agências, segundo a presidente do Sindicato dos Bancários de BH e Região, Eliana Brasil.

“Cerca de 400 agências estão fechadas ou parcialmente fechadas na capital e em outras 54 cidades mineiras. Não há nenhuma sinalização da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em negociar uma contraproposta”, afirmou. O impasse entre a categoria e a entidade que representa as instituições financeiras ocorre porque os grevistas seguem pedindo um reajuste salarial de 16%, incluindo reposição da inflação e mais 5,7% de aumento real. Já a Febraban afirma que aguarda uma nova proposta para prosseguir nas negociações.

Dever

No entanto, a greve não é justificativa para deixar de pagar as contas, reforça o coordenador do Procon da Assembleia de Minas, Marcelo Barbosa. “O banco tem que oferecer alternativas para o pagamento das contas, seja pela internet, seja nos pontos conveniados. O que o consumidor não pode fazer é deixar de pagar só porque as agências bancárias não estão funcionado”, alertou. Contudo, se o banco não oferecer opções compatíveis com as necessidades do cliente, Barbosa ressalta que o melhor a fazer é pagar as faturas, reunir provas de que a instituição bancária não facilitou o pagamento e, depois, recorrer ao Procon para receber pelos encargos e multas cobrados indevidamente.

Reclamações recorrentes de quem precisou enfrentar casas lotéricas e caixas eletrônicos para manter os compromissos em dia são as filas enormes e a quantidade de terminais em manutenção. Numa agência da Caixa Econômica Federal localizada na região Central de BH, clientes relataram que os seguranças informavam a interrupção no serviço de depósitos em dinheiro e que os depósitos em cheques poderiam ser realizados somente no intervalo entre 10h e 12h. Em nota, a Caixa informou que conta com uma extensa rede de atendimento como alternativa aos impactos da greve.

O empresário Luiz Gonzaga, de 61 anos, reclama que enfrenta dificuldades para efetuar transações pela conta de pessoa jurídica. “Preciso fazer um financiamento urgente e não consigo. Descontar cheques e duplicatas tem sido outro transtorno”.

Em nota, a Febraban informou que depósitos nos caixas eletrônicos podem ser feitos normalmente e que, mesmo com a greve, o prazo para compensação de cheques não mudou.

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