Partidos unidos por Eduardo Cunha podem ir para o 2º turno em 16 capitais

Tatiana Lagôa
tlagoa@hojeemdia.com.br
28/09/2016 às 07:32.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:00
 (Luis Macedo/Câmara dos Depoutados)

(Luis Macedo/Câmara dos Depoutados)

Na primeira eleição após o impeachment de Dilma e a prisão de vários integrantes do PT, o conservadorismo ganha força nas capitais brasileiras. Gestado pelo deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB), o chamado “Centrão”, integrado por 12 partidos, pode ir para o segundo turno em 16 capitais, dos 26 estados. Os números indicam que o desempenho dessas legendas deverá ser bem melhor que o do pleito de 2012, quando conseguiram eleger apenas dois prefeitos. 

Apesar de ser um grupo de partidos de pequeno e médio portes, o “Centrão” já vem demonstrando força na Câmara dos Deputados. O grupo reúne 218 parlamentares e se consolidou sobre a influência de Cunha. 

E agora, tudo indica que essa forte representatividade pode seguir para os municípios, especialmente os de maior porte. Somente no Sudeste, o Centrão deverá seguir para o segundo turno em todas as capitais. Em Belo Horizonte, com Alexandre Kalil (PHS); no Rio de Janeiro, com Marcelo Crivella (PRB); em São Paulo, com Celso Russomanno (PRB); e no Espírito Santo, com Amaro Neto (Solidariedade). 

Por enquanto, o grupo tem duas prefeituras nas capitais: a de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, com Alcides Bernal (PP), e a de Florianópolis, em Santa Catarina, com César Souza Júnior (PSD).

Segundo o cientista político Malco Camargos, a principal característica desse grupo é a ausência de bandeiras partidárias. Logo, não é possível saber exatamente as diretrizes de possíveis governos de prefeitos eleitos. 

Ele explica que esses partidos ganharam espaço com o enfraquecimento do PT. “Essa perda de influência dá chances para que outros partidos cresçam”, afirma. 

A fraqueza do PT fica evidente quando analisado o desempenho do partido nessas eleições. Nas 19 capitais onde o PT encabeça chapa no país, ele tem chances de vitória em apenas três. No caso de Rio Branco, no Acre, o candidato à reeleição, o petista Marcus Alexandre, tem possibilidade real de ganhar em primeiro turno, uma vez que as pesquisas apontam que ele já possui cerca de 62% das intenções de votos. O partido pode ir para segundo turno em Recife, no Pernambuco, com Edivaldo Holanda Júnior, e em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, com Raul Pont.

Para o cientista político da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), Dimas Antônio de Souza, os candidatos petistas estão sentindo o peso da Operação Lava-Jato sobre a opinião pública. “Há um processo difamatório em ações coordenadas contra o PT que leva ao fortalecimento das demais legendas”, afirma. 

Em nota, o PT-MG creditou o baixo desempenho à conjuntura política. “Prova disso é o alto número de citações de políticos de outros partidos em delações feitas à Polícia Federal, sem que houvesse qualquer tipo de investigação, condução ou prisão desses atores políticos”, diz a nota. 

 

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