Pesquisa mostra que 50% compra mais do que a renda permite

Luciana Sampaio Moreira
lsampaio@hojeemdia.com.br
26/03/2018 às 20:22.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:02
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

Os preparativos para a chegada da filha primogênita, Valentina, em setembro de 2017, alteraram o orçamento familiar do casal Renata Aparecida Gonçalves Silva, 34 anos, e Bruno Augusto Prata Correia, 33 anos, no ano passado. Apesar da tradicional pesquisa de preços, em lojas presenciais e também em sites de compras, as despesas aumentaram desde o primeiro mês da gestação. 

A professora Renata Silva reconhece que gastou mais que ganhou. “Saímos da nosso controle habitual de gastos por causa da gravidez e enxoval, mas também incluímos produtos novos na nossa lista de compras”, ressaltou. 

Atualmente, além das fraldas descartáveis e dos produtos de higiene infantil, o sabão especial para lavar a roupa do bebê e mais produtos de limpeza da casa são alguns dos itens que ganharam espaço no carrinho de compras. 

Em busca dos melhores preços, as visitas ao supermercado aumentaram. No caminho entre a casa, no bairro Solimões, até o trabalho, na Pampulha e no bairro Novo Progresso, ela fica atenta às promoções e à possibilidade de retornar no final do dia com as compras feitas. “Resolvo tudo no meu caminho diário, o que é melhor que chegar em casa e ter que sair novamente”, disse. 

A professora faz parte do grupo de 50% dos lares brasileiros que, em 2017, gastaram acima da renda. Esse foi o ponto central de um estudo realizado pela Kantar Worldpanel, líder mundial em painéis de consumo. 

“Apesar da recuperação do volume de vendas (do varejo) nos últimos dois anos, ainda falta muito para retornar ao patamar de 2014”, ressaltou a diretora comercial da empresa, Christine Pereira. 

Ela explicou, ainda, que em 2015 a retração de 7,5% no volume de vendas, no comparativo com o ano anterior, afetou todas as categorias de produtos. “Até 2017, ainda não conseguimos reverter essa perda completamente”, argumentou.

A recuperação, segundo a executiva, está começando pelos produtos considerados práticos pelo consumidor. Entre eles estão pão industrial, manteiga, azeite e batata congelada. O reflexo foi sentido nos supermercados de BH. Em dezembro, conforme a Câmara de Dirigentes Lojistas, o comércio registrou alta de 4,51%, alavancado pelas vendas em supermercados, que cresceram 10,8%, em comparação com o mês anterior.

Simples e fácil
As pesquisas de preços e compras pela internet já são parte do hábito de consumo das famílias brasileiras. Renata Silva tem os seus sites de confiança, mas já está à procura de outros, por indicação prévia de usuários, para diversificar suas opções de compra. “Muitas coisas da minha filha eu comprei pela internet. Ainda hoje, prefiro comprar pela internet produtos diferentes e brinquedos”, disse.
 

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