PM entra em alerta e 11 veículos são queimados em São Paulo

José Maria Tomazela; Bruno Ribeiro e Chico Siqueira (especial para O Estado)
04/03/2014 às 10:36.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:25

Na mesma noite em que a Polícia Militar soltava um alerta pelo o rádio interno da corporação, pedindo aos policiais cuidados com possíveis ações do crime organizado contra prédios e forças públicas, pelo menos 11 veículos foram incendiados nessa segunda-feira (4) em cidades do interior de São Paulo. O alerta levou em conta a descoberta de um plano para resgatar líderes da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), entre eles Marco Willians Camacho, o Marcola, na Penitenciária 2, de Presidente Venceslau, revelado pelo estadao.com.br, quarta-feira.

Seis deles - três ônibus, dois caminhões e um carro - foram queimados em ataques com coquetel molotov, na madrugada de ontem, em Promissão, a 467 quilômetros de São Paulo. Em Bauru, cidade distante a 140 km de Promissão, dois carros foram encontrados incendiados na madrugada, mas, segundo a polícia, os incêndios não têm relação com os ocorridos em Promissão. A cidade de Assis registrou dois veículos queimados e, Santa Cruz do Rio Pardo, um.

Em Promissão, um dos coquetéis chegou a ser lançado contra a base da PM, mas se apagou antes de explodir. Três menores, de 13, 14 e 16 anos, e um adulto, Luís Renovato da Silva Júnior, de 18, foram detidos com uma garrafa de dois litros de gasolina e quatro pinos de cocaína. Eles confessaram os crimes, mas a polícia suspeita que o Primeiro Comando da Capital (PCC) pode ter contratado o grupo para executar os ataques.

"A PM nos disse que os menores teriam falado que receberiam R$ 150 para fazer os ataques", afirmou Renata Stâncio, que teve seu Vectra parcialmente incendiado. "Mas tinha de ser com nosso carro?", questionou. Ela e o marido, o operário Genilson Stâncio, dormiam na casa deles, quando sentiram o cheiro de fumaça. "Ainda bem que saímos a tempo de evitar um prejuízo maior", disse.

Segundo o delegado Marco Aurélio Pavanelli, que atendeu a ocorrência, os quatro negaram que tivessem sido contratados pelo PCC, mas que essa hipótese está sendo investigada pela polícia. Segundo o capitão Márcio Costa da Silva, responsável pela PM na região, o menor de 14 anos disse que chamou os colegas para ajudá-lo nos ataques a pedido de um homem que teria feito contato com ele na escola. A polícia tenta identificar esse homem.

Os ataques foram feitos em diferentes pontos da cidade. "Quando acordei vi o ônibus pegando fogo e não pude fazer nada", contou o motorista Marcos Gonçalves, que teve o ônibus que trabalha totalmente destruído, no Jardim Nosso Teto. O veículo não tinha seguro.

No bairro Bom Viver, duas cabines de carretas foram incendiadas. Uma delas pegou fogo parcialmente, mas a outra, do caminhoneiro Rafael Aragão, ficou destruída. Ele viajaria para o interior da Bahia, mas ao acordar teve a decepção. "Nem sei como vou dar conta do prejuízo", disse.

No Jardim Alvorada, o motorista Luís Henrique de Oliveira Júnior acordou com o barulho, entrou no ônibus em chamas, retirou o extintor e debelou as chamas, que queimaram uma poltrona e parte do teto do ônibus. O veículo pertence à usina de açúcar e álcool Renuka. "Minha mulher ficou com medo, mas deu tudo certo."

Os menores foram enviados para o Juizado da Infância e da Juventude e devem ser recolhidos para na Fundação Casa. Dois deles já tinham passagens por roubo e furto. O adulto, Luís Renovato da Silva Júnior, não tinha passagens pela polícia, mas foi preso em flagrante.

Outros casos.

Em Sorocaba, o assassinato de dois policiais com características de execução no espaço de três semanas pôs em alerta a PM. Oficiais acreditam que seus homens podem estar sendo vítimas de ataques do PCC. A Secretaria de Estado da Segurança Pública informou ontem que "nenhuma hipótese é descartada". As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
http://www.estadao.com.br

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por