PM joga bombas para retormar controle de presídio em Roraima

Estadão Conteúdo
06/01/2017 às 16:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:19

Policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Grupo de Resposta Rápida e agentes penitenciários do Grupo de Intervenção Tática (GIT) entraram na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc) para retomar o controle do presídio em Roraima, alvo de um massacre que teve como saldo 33 mortos.

Durante o período da manhã, pelo menos três barulhos de bombas de efeito moral puderam ser ouvidos de dentro da unidade, mas segundo os policiais, a medida é adotada para dispersar os presos, facilitando a retomada do controle do local.

O policiamento das imediações daquela que é considerada a maior unidade prisional do Estado foi reforçado. O clima de tensão é evidenciado nos rostos de familiares de presos e também dos policiais designados para cercar o perímetro da Pamc.

Até o momento, a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) confirmou que 33 presos foram mortos na unidade, mas esse número pode passar de 40, segundo familiares ouvidos pela reportagem.

A morte de presos da Pamc ocorre cinco dias após a chacina de detentos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), no Amazonas, que resultou na morte de 56 presos.
Questionada sobre a ligação deste ocorrido com o do Estado vizinho, a Sejuc está encarando a situação como uma briga interna. Uma coletiva de imprensa deverá ocorrer as 16 horas.

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OAB

O vice-presidente de Defesa dos Direitos e Prerrogativas do Advogado da OAB Roraima, Marco Antônio Pinheiro, visitou o presídio na manhã desta sexta-feira e disse que a chacina que vitimou 33 presos já era uma tragédia anunciada.

Ele atribuiu a culpa aos poderes públicos do Estado, principalmente o sistema judiciário, pela falta de iniciativas em relação ao sistema prisional de Roraima.

"Muitas das pessoas que ocupam a Pamc estão lá por mera suposição. É só você ver nos processos que estão no Tribunal de Justiça. A gente não está negando que não haja bandido, tem sim, mas como disse o Ministro da Justiça, hoje a Justiça brasileira condena muito, mas condena mal, porque coloca presos comuns junto com matador, estuprador, traficante e isso resulta nesse tipo de cartel do crime", pontuou.

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