Em denúncia contra mulher de Cabral, MPF lista 21 fatos criminosos

Estadão Conteúdo
06/12/2016 às 20:15.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:58

O Ministério Público Federal elencou, na denúncia em que pediu a prisão da advogada Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador Sérgio Cabral Filho (PMDB), supostos episódios de lavagem de dinheiro que envolveriam, de um lado, o escritório Ancelmo Advogados, e, de outro, empresas de consultoria que pertencem a pessoas próximas de Cabral. Segundo os procuradores da República, por meio de contratos fictícios, a banca de advocacia chefiada por Adriana e essas consultorias lavavam dinheiro de corrupção obtido pelo bando. Ao todo, na denúncia, são relacionados 21 fatos criminosos de corrupção passiva, lavagem de ativos e pertencimento a organização criminosa.

"Consumados os delitos antecedentes de corrupção, entre 2012 e 2016, Adriana Ancelmo e Luiz Igayara, sob orientação e anuência de Sérgio Cabral, por intermédio de organização criminosa, ocultaram e dissimularam a origem, a natureza, disposição, movimentação e a propriedade de R$ 2.446.318,06, por meio da celebração de contrato de advocacia fictício entre o escritório Ancelmo Advogados, de responsabilidade de Adriana Ancelmo e a empresa Reginaves, de responsabilidade de Luiz Igayara (Lavagem de Ativos/Art. 1º, ?4º, da Lei 9.613/98 - FATO 09)", afirma a denúncia, ao descrever um dos episódios.

A mesma Reginaves, segundo a denúncia "sob orientação de Sérgio Cabral", assinou contrato com a GRAlc/LRG Consultoria, de Carlos Miranda, para ocultar a propriedade de R$ 300 mil reais. Outra empresa, pertencente a Carlos Bezerra, assinou contrato de consultoria com a mesma Reginaves, no valor de R$ 175 mil - para o MPF, outra tentativa do bando de lavar dinheiro.

"(...), Adriana Ancelmo e Carlos Borges, sob orientação e anuência de Sérgio Cabral, por intermédio de organização criminosa, ocultaram e dissimularam a origem, a natureza, disposição, movimentação e a propriedade de R$ 2.560.000,00, por meio da celebração de contrato de advocacia fictício entre o escritório Ancelmo Advogados, de responsabilidade de Adriana Ancelmo, e a empresa Portobello Resort, de responsabilidade de Carlos Borges (Lavagem de Ativos/Art. 1º, ?4º, da Lei 9.613/98 - FATO 12)", insiste a denúncia.

Também a Portobello Resort celebrou contrato de consultoria, segundo o MPF fictício, com a Gralc/LRG Consultoria, de Carlos Miranda, no valor de R$ 350 mil. O objetivo, segundo os procuradores, teria sido ocultar o dinheiro e sua origem - corrupção.

A reportagem ainda não localizou advogados dos acusados para que se manifestem sobre as acusações a seus clientes.

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