Propina negociada por novo operador ligado a Dirceu salta para R$ 50 mi

Estadão Contéudo
13/08/2015 às 11:49.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:20

Em entrevista coletiva na sede da Polícia Federal em Curitiba, integrantes da força-tarefa da operação 'Lava Jato' explicaram a 18ª fase da operação, em que foi preso o ex-vereador do PT Alexandre Romano, identificado como operador que antecedeu Milton Pascowitch no esquema de corrupção.

Com a inclusão do ex-vereador nas investigações, os valores de propina na Pixuleco saltam para cerca de R$ 50 milhões, segundo integrantes da força-tarefa.

Segundo o procurador Roberson Henrique Pozzobon, Pascowitch disse que João Vaccari Neto o procurou dizendo que tinha dificuldades para receber os recursos do operador anterior. Pascowitch teria então começado a operar juntamente com Romano. "O esquema de corrupção é grande, sistemático e deve ser combatido de forma veemente", defendeu o procurador ao citar a ramificação em contratos no Ministério do Planejamento. "O volume de propina está longe de atingir o volume morto", completou.

Os integrantes da "Lava Jato" disseram que os pagamentos eram feitos a empresas de fachada ou por serviços não prestados. Quatro escritórios de advocacia foram alvo de busca e apreensão na manhã desta quinta-feira (13) por receberem "valores altos". Eles emitiram notas fiscais falsas à Consist Informática, empresa investigada na operação.

No Ministério do Planejamento, foram identificadas transações financeiras entre 2010 e 2015, incluindo o pagamento a um ex-secretário da pasta, chamado pelo delegado da PF Márcio Adriano Anselmo de Duvanier. O ex-secretário de Recursos Humanos do Ministério Duvanier Paiva Ferreira morreu em janeiro de 2012.

A propina era paga por contratos de crédito consignado do Ministério do Planejamento.

Operação

Cerca de 70 policiais federais cumprem, desde a manhã desta quinta-feira (11) mandados judiciais, sendo 10 de busca e apreensão e um mandado de prisão temporária contra o ex-vereador do PT Alexandre Romano. As ações aconteceram em Brasília, Porto Alegre, São Paulo e Curitiba.

Segundo informou a Polícia Federal, "o foco das investigações desta fase é o cumprimento de medidas cautelares em relação a operador identificado a partir da deflagração da fase anterior".

O comunicado diz que o operador identificado na Pixuleco foi "responsável por arrecadar valores relacionados a vantagens ilícitas que superam R$ 50 milhões, obtidas a partir de contrato no âmbito de crédito consignado junto ao Ministério do Planejamento". A PF diz ainda que os valores foram recebidos por
"empresas de fachada". Alexandre Romano foi preso em São Paulo e está sendo levado para Curitiba, onde ficará à disposição do juiz Sérgio Moro.

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