Ação cobra R$ 180 mil de ex-secretários por uso pessoal de avião do Estado

Amália Goulart e Ana Flávia Gussen - Do Hoje em Dia
01/12/2012 às 11:37.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:58
 (Roosewelt Pinheiro/ABr)

(Roosewelt Pinheiro/ABr)

A Justiça Estadual colheu o depoimento do presidente do Conselho Nacional do Café, ex-deputado federal Silas Brasileiro (PMDB), sob a acusação de causar dano aos cofres estaduais. O Ministério Público (MP) denunciou Brasileiro e o prefeito de Uberlândia, Odelmo Leão (PP), por terem utilizado, segundo a Promotoria do Patrimônio Público, uma aeronave Sêneca III do governo de Minas para viagens particulares, em suas bases eleitorais.

A ação diz respeito à época em que eles ocuparam a Secretaria de Agricultura. Mais de 50 viagens foram feitas aos fins de semana, totalizando um dano ao erário de mais R$ 180 mil. Agora, o MP cobra a devolução do dinheiro, já que a prática de improbidade prescreveu.

Flagra

Na quinta-feira (28), o Hoje em Dia flagrou Brasileiro em audiência na Justiça Estadual. Na ocasião, ele levou testemunhas de defesa. A alegação do ex-secretário é a de que ele trabalhava aos fins de semana. Secretário de Estado não tem horário fixo. Além disso, agendávamos todos os eventos e exposições para fins de semana e feriados. Todas as viagens foram a trabalho”, argumentou Brasileiro.

No entanto, a promotoria sustenta que Brasileiro fez cerca de 40 voos sendo que 90% tiveram como destino sua cidade natal e base eleitoral, Patrocínio, no Alto Paranaíba. As viagens foram em fins de semana. “Lá é uma região que tem muita plantação”, tentou justificar o presidente do Conselho Nacional do Café.

O MP acusa três gerações consecutivas de secretários de Estado de utilizarem o Sêneca III para viagens particulares. Brasileiro foi secretário no ano de 2009. Seu antecessor foi o atual prefeito de Uberlândia Odelmo Leão. Também figura na ação o ex-secretário Marco Antônio Rodrigues da Cunha. Brasileiro foi quem mais viajou.

Salvador

Um caso específico envolvendo o peemedebista chamou atenção da promotoria. Em um final de semana, o avião buscou o ex-secretário em Salvador, Bahia. Já em Minas fez uma parada em Comandatuba, sua base eleitoral, e seguiu para a capital.

Questionado sobre o caso, Brasileiro disse que o avião foi buscá-lo na Bahia para levá-lo a tempo ao enterro do presidente da Ruralminas, Eduardo Brandão. “A escala em Comandatuba foi apenas para abastecer”, afirmou.
 
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