Carvalho admite que mensalão tirou votos do PT

Rafael Moraes Moura e Leonencio Nossa
08/10/2012 às 20:18.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:56
 (José Cruz/ABr)

(José Cruz/ABr)

Um dos amigos mais próximos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, admitiu nesta segunda-feira (8) que o julgamento do mensalão pode ter tirado votos do PT em campanhas como a de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo. Para o ministro, o candidato tucano José Serra fez uso "massacrante" do tema na campanha.

"É provável que tenhamos perdido ali (na disputa da cidade de São Paulo) votos, mas que não foram suficientes para tirar por outro lado aquilo que nós agregamos com a forte presença do Lula e da presidente Dilma", disse Carvalho a jornalistas. "Em São Paulo, (o mensalão) teve esse peso, é difícil quantificar. Foi uma saraivada."

O ministro considerou "pesadas" e "massacrantes" as inserções da campanha de Serra, que procuraram associar Haddad aos principais personagens do escândalo, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. O tucano pretende reforçar o tema neste segundo turno, no momento em que o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) entra na reta final.

Questionado sobre o uso da questão da ética na campanha paulistana, Carvalho respondeu: "Não posso discutir a tática lá em São Paulo, vamos ter de discutir com calma isso. A tática destrutiva tem se revelado pouco eficiente, as últimas eleições presidenciais mostraram isso, a tentativa que o adversário usou à época para tentar atingir a presidente Dilma não se revelou eficaz, agora não se revelou na eficácia esperada."

O ministro também não quis comentar uma possível condenação de Dirceu pelo STF. "Não vou comentar esse tema, espero que não se faça uso político-eleitoral de um fato como esse. Não é adequado", disse.

Na avaliação de Carvalho, apesar da "pressão muito forte" por conta do mensalão, o resultado das urnas reafirmou o reconhecimento da população brasileira às políticas do partido.

O ministro já havia dito na semana passada que "a dor me impede de falar, neste momento, desta questão", ao comentar o julgamento de Dirceu, após a abertura da exposição das obras do italiano Michelangelo Merisi Caravaggio, em Brasília.

Nas últimas semanas, os petistas influentes do governo evitaram dar declarações sobre o escândalo que abalou o primeiro mandato de Lula.
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