Dono da Mendes Júnior presta depoimento em BH

Ezequiel Fagundes - Hoje em Dia
14/11/2014 às 10:50.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:00

Em nova fase da operação Lava Jato, que investiga rombo bilionário na Petrobras, a Polícia Federal (PF) em Belo Horizonte cumpriu nesta sexta-feira (14) mandado de condução coercitiva e deteve o empresário Ângelo Alves Mendes, dono da empreiteira Mendes Júnior, para que ele prestasse depoimento.

Por cerca de uma hora, Ângelo Mendes foi interrogado na superintendência da PF, na capital mineira, e foi liberado em seguida. Além do empreiteiro, um gerente da Mendes Júnior, Flávio Sá Motta Pinheiro, também foi detido para prestar esclarecimentos. Durante a ação dos policiais, dois computadores foram apreendidos nas residências dos investigados nos bairros Sion e Lourdes, zona Sul de Belo Horizonte.

O Hoje em Dia apurou que tanto Ângelo Mendes quanto Flávio Pinheiro não colaboram com as investigações da Operação Lava Jato. Em depoimento, na sede da PF em BH, os dois declararam que não conhecem o doleiro Alberto Youssef. Junto com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, Youssef fez um acordo de delação premiada com a Justiça Federal de Curitiba. Em troca de diminuição da pena, Youssef e Costa estão entregando documentos e revelando nomes de pessoas que participaram de alguma forma do esquema de corrupção montado dentro da Petrobras.

O vice-presidente da construtora Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes foi preso em Brasília. De acordo com as investigações, a Mendes Júnior possuía contratos com a Petrobras junto a área de atuação do ex-diretor Paulo Roberto Costa. O advogado da empreiteira, o criminalista Marcelo Leonardo, disse que estranhou a detenção dos seus clientes. "Estamos acompanhando esse inquérito há meses. Todos os documentos da empresa já foram entregues anteriormente. Acho que eles foram chamados porque a polícia quer ouvir pessoas de diferentes estados", declarou ao Hoje em Dia.

A Polícia Federal desencadeou hoje a sétima fase da Lava Jato. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em cinco estados em filiais, sedes ou residências de proprietários de 11 empreiteiras. Os grupos investigados, conforme o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), registraram operações atípicas no montante de até R$ 10 bilhões.

Policiais também vasculharam endereços da Odebrecht e de três de seus executivos. Trata-se de Márcio Faria da Silva, Rogério Campos de Araújo e Saulo Vinicius Rocha Silveira.

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