(Fabio Pozzebom/ABr)
SÃO PAULO - A defesa das empresas atribuídas ao deputado Paulo Maluf (PP-SP) recorreu nesta segunda-feira (17) contra a decisão da Justiça da Ilha de Jersey que as condenou a devolver US$ 22 milhões (R$ 46 milhões) à Prefeitura de São Paulo e apontou que esses valores tiveram origem em uma fraude que teve a participação do deputado.
A apelação contesta as provas apresentadas pelos advogados da prefeitura e o rastreamento do dinheiro supostamente desviado que serviu de base para a condenação.
Em novembro, a Corte Real da Ilha de Jersey, paraíso fiscal britânico, tornou pública decisão sobre o processo que tenta recuperar os valores que teriam sido desviados quando Maluf foi prefeito de São Paulo, entre 1993 e 1996.
Na ação, a Prefeitura de São Paulo busca recuperar supostamente desviados dos cofres municipais com a participação dessas companhias.
Os advogados das empresas tentam mostrar à corte em Jersey que não há provas de que o dinheiro nas contas das companhias tem origem em atos de corrupção.
Porém, de acordo com a Promotoria, há provas documentais, periciais e testemunhais que comprovariam os desvios na gestão de Maluf na Prefeitura de São Paulo.
Todo esse material levou à abertura de duas ações de improbidade e dois processos criminais no Brasil.
A Prefeitura e o Ministério Público de São Paulo sustentam que o dinheiro em Jersey tem como origem desvios que teriam ocorrido durante a construção da avenida Água Espraiada (atual Jornalista Roberto Marinho), uma das principais obras do ex-prefeito.
Em novembro de 2010, os advogados das empresas que controlam o dinheiro em Jersey informaram à Justiça que parte dos recursos tinha relação com negócios particulares de Maluf. Maluf sempre negou que ter cometido crimes e que teve ou mantém contas no exterior.