Exército amanhece na Esplanada dos Ministérios e Temer avalia se revoga decreto

Da Redação
25/05/2017 às 09:15.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:42

A Esplanada dos Ministérios amanheceu nesta quinta-feira (25) com militares protegendo os prédios públicos. A medida atende decreto do presidente Michel Temer publicado ontem (24) em edição extra doDiário Oficial da União, que “autoriza o emprego da Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Distrito Federal”. O objetivo da medida é garantir a segurança dos servidores que trabalham nos ministérios e outras autarquias no centro da cidade.

A determinação foi tomada depois que um grupo de cerca de 50 pessoas usando máscaras no rosto promoveu um quebra-quebra em meio à manifestação Ocupa Brasília – contra o governo do presidente Michel Temer e as propostas de reformas apresentadas pelo governo.

O grupo destruiu persianas e vidraças de pelo menos cinco ministérios, entre eles o da Integração Nacional, o do Trabalho e o da Agricultura. Este último havia sido cercado por tapumes, mas, mesmo assim, teve os vidros quebrados. Também foram depredados paradas de ônibus, placas de trânsito, orelhões, holofotes que iluminam os letreiros dos ministérios e até banheiros químicos instalados para a manifestação.

Diante desse cenário, o presidente Michel Temer reúne-se nesta manhã com quatro ministros para avaliar se anula ou não o decreto que convocou as Forças Armadas na véspera para garantir a ordem na Esplanada dos Ministérios.

O presidente e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, ficaram tratando do assunto até tarde da noite de quarta-feira. Temer saiu do Palácio do Planalto às 23h.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, escalado na quarta por Temer para anunciar a convocação dos militares, não consta da lista dos ministros que estará na reunião desta quinta, marcada para as 9h. Além do GSI, o encontro contará com a presença dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo).

Oficialmente, não há decisão sobre quando - e se - a medida será revogada. Na edição desta quinta do Diário Oficial da União (DOU), nada foi publicado em contrário ao decreto da véspera.

Nessa reunião, pode haver decisão política de revogar a medida. Mas há senões. O governo explica que há ministérios vulneráveis, por causa das depredações. Por isso, a decisão de não revogar a medida de imediato, ainda na quarta. Muitos prédios ficaram abertos, sem segurança, e o governo temia saques. Portanto, as Forças precisavam ficar protegendo os prédios à noite, na avaliação do Planalto.

Leia também: 
Tropas do Exército com fuzis e escudos protegem Esplanada dos Ministérios
Manifestação anti-Temer percorre centro de Belo Horizonte
Deputados da oposição e da base brigam no centro do plenário da Câmara

O polêmico decreto, que prevê o emprego das Forças Armadas no Distrito Federal até o dia 31 de maio, provocou reações imediatas no Congresso Nacional. O Palácio do Planalto pediu que os ministérios compilassem e reunissem imagens das câmeras de segurança mostrando os estragos para ajudar a defender a decisão de invocação das tropas militares. Essas imagens podem servir também para identificar e enquadrar criminalmente as pessoas responsáveis pela depredação.

O Planalto alegou que recorreu ao Exército e à Marinha porque a Polícia Militar do Distrito Federal não conseguiu controlar os manifestantes e conter o que considerou uma "barbárie". Na Câmara, o anúncio de que as Forças Armadas tinham sido chamadas provocou bate-boca entre deputados. A sessão foi suspensa por 30 minutos. Opositores classificaram a medida como uma espécie de formalização do "estado de exceção".

Agenda

Depois da reunião com ministros, Temer recebe um grupo de empresários da construção civil, incluindo o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), José Carlos Rodrigues Martins. Depois, ainda pela manhã, o presidente tem reunião com o presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Paulo Rabello.




(*) Com agências.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por