FMI eleva previsão de crescimento do Brasil, mas alerta para crise política

AFP
18/04/2018 às 13:42.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:24

"A profunda recessão brasileira parece estar perto do fim", disse o relatório, reconhecendo a "agenda ambiciosa de reformas" do presidente Michel Temer. Na visão do órgão, "a instabilidade política e o desdobramentos das investigações de corrupção são grandes fontes de risco que podem ameaçar a agenda de reformas e a recuperação" da economia.

O FMI alertou que "a habilidade do governo de entregar uma reforma da previdência, um passo necessário para garantir sustentabilidade fical, está menos garantida - e, com eleições nacionais agendadas para 2018, a janela para ações legislativas está fechando". 

O órgão preparou o relatório antes da aprovação, no Senado, da controversa reforma trabalhista, que permite que funcionários negociem salários diretamente com os patrões, elimina a contribuição sindical obrigatória e dá mais flexibilidade às empresas quanto à jornada de trabalho e às férias dos funcionários. 

De acordo com pesquisas, cerca de 58% dos brasileiros rechaçam as reformas. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, espera que elas ajudem a "gerar empregos". 

O Brasil enfrentou um retrocesso de 3,8% do seu PIB em 2015 e, em 2016, a queda foi de 3,6%, numa sequência de dois anos de recessão que caracterizou os piores resultados da série histórica iniciada em 1948.

Em meados de maio, o economista chefe do FMI para América Latina, Alejandro Werner, tinha apontado que o momento ainda era "prematuro" para avaliar o impacto da crise política.

Na última assembleia semestral do Banco Mundial e do FMI, realizada em abril em Washington, a diretora-gerente da entidade, Christine Lagarde, tinha expressado sua confiança de que a economia brasileira já ensaiava uma recuperação.

"Graças a medidas que foram anunciadas, e algumas delas já aplicadas, parece que a economia do Brasil deu a volta e vai melhorar em 2017 e em 2018", disse Lagarde na capital americana.

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