Fortunati mantém maioria na Câmara de Porto Alegre

Elder Ogliari
08/10/2012 às 20:31.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:56

O prefeito José Fortunati (PDT), eleito para mais um mandato, vai manter a maioria folgada de quase dois terços na sua base de apoio na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Na legislatura atual, ele conta com 22 aliados de sete partidos e mais o eventual apoio dos três vereadores do PSD em uma bancada de 36 cadeiras. Na futura, seguirá com 22 votos seguros de sete partidos e poderá negociar adesões do PSDB, que tem uma cadeira, e do PSD, com duas cadeiras. A oposição segue com 11 vereadores, de quatro partidos.

Vereadores alinhados com a administração municipal e opositores têm discursos diferentes sobre a relação de forças na Câmara Municipal. "A maioria nos dá a garantia de fazer as aprovações necessárias, mas tem que ter a grandeza de dialogar", sugere Sebastião Melo (PMDB), que vai deixar a câmara no final do ano para assumir como vice-prefeito de Fortunati e já sabe que será o interlocutor do Executivo com o parlamento. "Vamos sempre receber as contribuições da oposição". Vereador reeleito com a maior votação entre os concorrentes do PDT, Márcio Bins Ely, acredita em relações pacíficas entre o Executivo e o Legislativo. "Com maioria de dois terços, prevejo tranqüilidade para a administração dentro de um conceito de responsabilidade", afirma.

Já Sofia Cavedon, reeleita pelo PT, entende que a oposição terá de manter a estratégia de estar sempre vigilante e mobilizar a sociedade quando entender que algum projeto é prejudicial ao município. Foi assim, recorda a vereadora, que se conseguiu evitar a aprovação da construção de edifícios residenciais na área do antigo Estaleiro Só, à margem do lago Guaíba, e forçar a prefeitura a regulamentar a exigência do Estudo Prévio de Impacto da Vizinhança para grandes projetos imobiliários. Isso pode evitar, segundo Sofia, a construção de espigões que tirem a iluminação de bairros já constituídos por casas.

Ao mesmo tempo, a vereadora admite que há situações em que a prefeitura usa sua maioria para atropelar a oposição. E conta que um desses casos ocorreu há pouco, quando as emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2013 foram rejeitadas. A correlação de forças estabelecida para os próximos quatro anos não chega a ser novidade para a petista. "Estivemos em minoria nos últimos oito anos, como oposição, e também quando governávamos a cidade, nos 16 anos anteriores", recorda, referindo-se aos quatro sucessivos governos petistas, de 1989 a 2004. "A câmara é tradicionalmente conservadora".
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