Itamaraty abrirá inquérito para apurar entrada no Brasil de senador boliviano

Ivan Richard - Agência Brasil
25/08/2013 às 15:05.
Atualizado em 20/11/2021 às 21:18

BRASÍLIA - O Ministério das Relações Exteriores informou neste domingo (25), por meio de nota, que abrirá um inquerito para apurar as circunstâncias da entrada no Brasil do senador boliviano Roger Pinto Molina, de 53 anos,que estava asilado há 15 meses na embaixada brasileira na Bolívia.

O boliviano chegou neste domingo ao país acompanhado do presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES). O Itamaraty informou que o encarregado de Negócios do Brasil em La Paz, ministro Eduardo Saboia, foi chamado ao país para prestar esclarecimento.

“O ministério está reunindo elementos acerca das circunstâncias em que se verificou a saída do senador boliviano da embaixada brasileira e de sua entrada em território nacional. O Ministério das Relações Exteriores abrirá inquérito e tomará as medidas administrativas e disciplinares cabíveis”, diz trecho da nota.

O senador boliviano, que aguardava um salvo-conduto para sair o país, deixou no sábado (24) a embaixada brasileira em La Paz com destino ao Brasil. O advogado do senador, Fernando Tibúrcio Pena, confirmou à Agência Brasil que o parlamentar deixou com segurança a representação diplomática brasileira, mas ainda não está definido o local do Brasil onde Pinto Molina viverá. O advogado dele prepara uma entrevista coletiva na segunda-feira (26) para prestar esclarecimentos.

Molina, que faz oposição ao governo de Evo Morales, ficou abrigado desde 28 de maior de 2012 na Embaixada do Brasil em La Paz desde que pediu asilo político ao Brasil. O salvo-conduto era negado pelas autoridades bolivianas que alegavam que o parlamentar responde a processos judiciais no país.

Represália

No final de 2011, o presidente boliviano Evo Morales impôs uma humilhação ultrajante ao ministro da Defesa do Brasil, Celso Amorim, que fizera uma visita a La Paz. Ele se preparava para decolar quando seu avião foi cercado e revistado, inclusive com cães farejadores, por determinação do presidente boliviano, desconfiado que o ex-chanceler do governo Lula levava o senador de oposição asilado na embaixada do Brasil.

O ministro da Defesa da Bolívia, Rubén Saavedra, reconheceu, em nota oficial, que foi feita vistoria no avião de Celso Amorim. O ato provocou protestos e cobranças de explicações do governo brasileiro.

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